SONETO DA LAGOA
(Ivan Siqueira)
Jamais esquecerei das bicicletas
Do seu vulto surgindo entre as acácias
Ali, a nossa infância era secreta
Segredo, como bula das farmácias!
Na relva, nossos sonhos de criança
Deitados no capim ou na canoa
As águas nos levavam como dança
Do amor que se escondia na lagoa.
Seus olhos pequeninos lacrimavam
Sua pele, tão branca, de papel
As bocas, não sabiam se falavam...
E dentro da canoa que vagava
E a chuva que caía lá do céu
De tão feliz, assim, o amor chorava!
OUÇA O ÁUDIO