Eu sou o mar que evapora,
Antes da condensação.
Eu sou o risco da espora,
Sou as unhas da paixão!
Não tente me definir,
Em frágil explicação...
Sou o medo do porvir,
O ponto de ebulição!
Mas você me alimenta,
Com tal firme devoção,
E assim me acorrenta
Em sua tão forte mão.
Prende-se um passarinho,
Só cortando-lhe o gibão.
E um pequeno espinho
Torna-se em um aguilhão.
Você sempre será meu ar,
Em que pese a contradição.
Não queira me interpretar,
Nos parcos limites da razão...
Eu não podia mais ficar...
Bem sabe, você, que não!
Pois, nasci para voar...
Liberto na imensidão.
Deixo pra ti a saudade,
Levo comigo emoção.
Você é a minha verdade!
Sou apenas um senão!
Mas, não me feche a porta
Nem troque a combinação.
Pois, tudo o que vai... volta!
Às vezes, ... na contramão.