Uma mula, muito inspirada,
Falou e tinha a razão...
Quem não sabia de nada,
Era o profeta Balaão.
Acostumado ao feitiço,
Ganhava muito dinheiro.
Até que aconteceu isso,
Ao incauto mandingueiro.
Ele quis opor-se a Deus,
Louco em sua rebeldia.
E nos devaneios seus,
Apelou para a magia.
Deus já tinha decretado
Que o seu povo, Israel.
Logo seria agraciado,
C'a terra de leite e mel.
O rei Balaque e Balaão,
Quiseram peitar a Deus,
Lançando uma maldição
Contra todos os Judeus.
Mas, quando Balaão falava,
Em que pese a sua intenção,
A sua boca só expressava:
Graça, louvor e benção.
Sua mula ao ser fustigada,
Contestou o feiticeiro:
Você não é só teimoso,
É um burro por inteiro!
Por acaso não sou seu muar?
Quem te serve há tanto tempo?
Então, por que me pagar,
Com tão cruel pagamento?
E Balaão viu um anjo ali,
Com a espada flamejante.
E foi nesse exato instante,
Que o homem caiu em si.
E o profeta enfim se curva...
E obedece a Deus, prostrado.
E você vai precisar de uma mula?
Pra parar com o seu pecado?