A garganta do diabo

Publicado por: Kleber Versares
Data: 14/08/2024
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Créditos

Letra: Kleber Versares (Kleber de Souza Pinto) Música: Suno ia
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CATARATAS DO IGUAÇU

Na terra das tabebuias,

Às lágrimas de Tarobá,

Ante à tristeza de Naipi,

Onde viviam os M'byas

E o povo Tupi-guarani...

Nasceram as cataratas,

N'um rio calmo e tranquilo.

No berço dos caingangues,

Da fúria do deus serpente

Que se ardeu de ciúmes.

Do caos surgiram as quedas

Que rugem desde outrora

Da garganta que engole o rio

E que regurgita lamentos

Enquanto Mboicy chora

Mas Deus, que é caprichoso,

Do caos fez tudo o que há.

Fez um paredão rochoso

E conduziu o rio caudaloso,

Até desaguar no Paraná.

Ali o conquistador

Alvar Cabeza de Vaca

Parou ante o destemor

Do cacique Guairacá

“Co ivi oguerecó yara"

O lobo das muitas águas

Ainda uiva, solitário...

Tombou forte em batalha

Tendo o solo por mortalha

E o grande rio, por cenário.

Bem vindo a esse templo

Que a mão divina encerra

Seja porém respeitoso

Pois Deus todo poderoso

É o real dono da terra.

Mas o terrível ronco irado

Da dor que Mboicy sofre

Revela o rio mais brabo

E sobe o cheiro do enxofre

Pois, a garganta é do Diabo.

Kleber Versares
Enviado por Kleber Versares em 02/08/2021
Reeditado em 31/10/2023
Código do texto: T7312497
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