REMÉDIO DIVINO
No leito da paixão, enfermo e
ardente,
Meu coração pulsa em febre e
tormento. As veias, trêmulas, tecem o
lamento,
E o amor, qual vírus, invade-me
incessante.
Nas noites insones, deliro em
desatino,
As palavras, como febre alta, me
consomem.
O corpo, exausto, busca o alívio que não vem,
E a alma, aflita, clama por um
remédio divino.
Ah, amor! Doença incurável e
sublime,
Tu és o vírus que se espalha sem
piedade.
Em teus sintomas, alegria e
saudade,
E na febre dos beijos, a cura que
redime. Doente de amor, sou paciente e
carente,
A esperança é meu único antídoto eficaz.
E mesmo que a razão grite "basta!",
Eu me entrego, sem cura, ao teu feitiço
envolvente.