Porque escrevo
Escrevo porque sou livre.
Não porque sei escrever,
Já que sei que não sei escrever.
Escrevo porque não sou dono do meu ser
E nem tenho o direito de sê-lo.
Escrevo mesmo sem querer escrever.
Às vezes passo tempo sem me atrever
É preguiça mesmo e vontade de nada fazer.
Mas, enfim, quando ele, o meu ser,
Quer e insiste em querer,
Não tenho como fugir.
Quando menos me dou conta
Cá estou a escrever.
Não o faço para que outros possam ler.
Tanto é assim, que não divulgo, jamais, para valer.
Vez outra, para um amigo, conhecido
Ou outra pessoa que julgo merecer,
Certifico-me, antes, se gosta de ler.
Se percebo que sim, apresso em escrever
O endereço deste site, e logo me esconder
Temendo que, quando ler, nunca mais me venha ver.
De fato, percebo que amigos e conhecidos
Que outrora me tinham como sério
Inteligente, e culto para valer,
Depois que apresento este site,
A sua amizade, penso nunca mais merecer
Pois, por mais que insista, procure-o, me desculpe,
Mesmo assim, percebo, que aquela amizade,
Que outrora, era tão sólida, linda,
Agora, parece perecer.
Enfim, se você até aqui lendo estas besteiras
Conseguiu sobreviver.
Logo vai, sem muito esforço, perceber
Que os demais escritos, aqui, nada têm a ver
Com este ridículo, infantil, e ultrapassado,
Poema, que escrevi não sei porquê.
Acredite, podes crer, que quando este pobre poeta
Começou a escrever,
Não queria rimar, até porque
Este estilo é coisa do passado e,
Mesmo assim, poucos sabem fazer.
Drummond, Pessoa, e outros grandes poetas,
Que poucos conseguiram entender
Evoco aqui covardemente, apenas
Para que o Google, Yahoo, Altavista
E outros mecanismos de busca na web
Venham me socorrer.
Enfim, chega, pule o restante para não se aborrecer
Clique logo no menu ao lado, e comece a ler
Ou se és teimoso e até aqui chegou,
Um poema de amor, penso, vai tocar o seu ser
E se chama: ”O Amor que não aparece“
Mas eu torço para aparecer