Desde que eu era criança eu sentia que uma coisa me faltava.
Eu comecei a procurar nas estrelas aquilo que eu buscava.
Sozinha no escuro o terço eu rezava,
E na inocência de criança, do meu jeito procurava...
Subia no mais alto monte onde eu morava
Olhava a terra ao meu redor.
Mas nada eu achava.
Com um vazio por dentro, pra minha casa voltava.
Mas tinha a consciência de que algo me faltava...
Eu era diferente de todos os irmãos, também da família.
Todos me criticavam. Só meu pai me entendia.
Ficava admirado de ver o carinho que eu tinha com as pessoas velhinhas...
O tempo passou, eu fiquei moça , me casei, tive filhos, e só a eles me dediquei.
Mas, sabia que não tinha encontrado aquilo que eu tanto procurei.
Meus filhos cresceram, bateram azas e voaram. Eu, sozinha fiquei...
Fiquei doente, vivia sempre a mancar.
Todos riam de mim quando no ônibus eu ia entrar.
Chegou uma hora em que não pude mais andar,
E, em cima de uma cama, sofrendo, a Deus comecei a clamar.
Leva-me para o cemitério meu Deus, quero descansar!
Ele disse: Não te quero na sepultura, vou-te por pra trabalhar.
E aqueles que riam de te ver mancando,
Vão te ver igual a um peixe nas águas a nadar.
Vão ter que reconhecer que teu Deus é Jeová.
Mesmo depois de morta, Eu vou de ti lembrar...
(direitos autorais reservados)
Em 15-03-2008 Brasil-Resende-RJ.
T902606 (Recanto das Letras)
*Estou publicando este lindo texto da Srª Benedita Vilela, a pedido de sua filha, Nadir Vilela Poetisa.
Muito obrigado pela oportunidade!
Sinto-me honrado!