( Poesia Recitada - H011 )
Corre ambulância na estrada,
Num uivar tétrico da sirene.
Apostos, já estão na entrada:
Os seguranças e atendentes!
São vinte e quatro horas...
Correrias sem interrupção,
Pelo socorro aos de fora,
Em cada rosto: O Coração!
Na porta um: vais mais um...
Porta dois: parece um coro!
Essa injeção: Esse? valium...
Pra este? mantenham soro!
Treme todo, o paciente,
Está numa teia, alheio!
Têm que ser insistente;
O Médico, o enfermeiro!
Grita um outro, sua agonia,
Em jogo permanece a calma.
Não se pode podar Alegria,
Deixa tristeza em outra via,
Pra amenizar dores da alma!
Amanhã, vais ficar bom,
Sossegue... Descanse!...
Isto é o de melhor tom,
A quem padece em transe!
A Esperança fica perto,
Um Sorriso, já é a dose.
Pra quem está deserto,
E perto da que consome.
Emergência, é emergência...
Ecoa alto no alto-falante.
É um a mais na decadência,
Precisa da Paz constante!
O Coração que aos poucos pulsava,
Que aos poucos findava a viagem.
Sobre os cuidados já se encontrava,
Desobstruindo a tapada passagem.
Intermediários da Aurora,
Qual das venturas: a sorte!
Vigorando vidas sem horas,
isolando o carma da Morte!...
Gradativo, se abrem sentidos,
Acabam os momentos tétricos.
Graças! Carinhos desprendidos,
Alta, cada qual, pelos médicos!
Troca-se por novos lamentos,
Parece, assim, a Vida querer.
E assim recomeçam os atentos,
Rodízio, até a Morte vencer.
Está vendo, ali, minha filha!
Bem ali... Naquele hospital!
Filha! Ali é que transitam,
Deuses, que reativam Vidas!
Vencendo quem padece ao mal!