Vai descendo a ladeira,
Sinhá preta, vó guerreira,
Sem cansaço, a labutar.
Preta velha da senzala,
Luta muito e não se abala,
Pra a alforria conquistar.
Seu amor é o negro forro,
Preto velho lá do morro,
Um amado sem igual.
Sinhá preta, já cansada,
Vai seguindo a longa estrada,
Com fascínio genial.
Sinhá preta lá do gueto,
Põe a fé no amuleto,
Seu sagrado patuá.
Ela sonha em liberdade,
Vive na ansiedade,
Desse sonho consagrar.
Sinhá preta, vive insone,
No terreiro, é cambone,
Gosta de sarapatel.
Corre atrás de um desejo,
Valoriza o seu ensejo,
Brilha mais que a luz do céu.