Sou aquela do teu despertar, tua transição.
Àquela que em pedestal puseste, coroaste no esplendor da noite primeira.
Sou fogo, sou terra, sou ar, teu furacão.
Sou a que passa despercebida. Teu começo, meio e fim – a derradeira.
A que te afaga, te embala, te põe a dormir.
Se entrega a ti frágil, te faz existir.
Te acolhe em meus braços, te da calor.
Que te inebria, te da a vida, te da amor.
Das cores, tomei para os olhos o azul vasto do céu, que te confunde,
se funde na imensidão oceânica. Outrora escuros,
penetrantes feito flecha que se perde em buraco negro,
Que se entrega, submissa, te faz delirar. Que te acolhe, te faz rei, dono de si.
Sou frágil pétala de rosa que tu se põe a cheirar. Sou branca,
sou parda, sou negra, mulata, sou farta, sou tua.
Sou das planícies as lonjuras em cabelos fartos em que se agarra na tua loucura.
Sou o frio que te aquece e me devolves calor, ardor...
sou tua cura, teu remédio para tua dor.
Sou luz, sou fraqueza, amazona guerreira nos quintais dos teus pensamentos.
Àquela que te envolve, seduz, inebria na volúpia do meu ser,
Te faz homem gigante, guerreiro na vida – te faz viver!
Sou todas, sou tantas, que eu mesma nem sei...
Quem Sou
Dando voz às mulheres, que são tudo, mas se tomam por nada, na auto anulação - infelizmente.
Interação a estupenda poesia "Quem És Tu Por Ventura?" do mestre Barrett e, não deixem de conferir:
https://www.recantodasletras.com.br/poesiasdeamor/7593878