Louvo
A palavra cristalina,
Despida de hipocrisias,
Munida de razão e
Pela sensibilidade dosada,
A palavra dolorosamente muda
A gritar nos olhos dos amantes,
A afrontar a injustiça e o poder,
A abrandar o medonho peso da vida,
A amenizar a consciência da morte.
A palavra que inicia,
Que prolonga,
Que conclui.
A tímida palavra
Soterrada pelo espaço da língua e
Profunda a arder no frio do receio.
A ensanguentada palavra
A perdurar no ato
Dos que se atreveram...