O MEDO DE ERRAR
Certa vez presenciei um senhor se envolver apaixonadamente na defesa de um posicionamento que não encontrou nenhum respaldo no grupo de pessoas a quem ele expunha suas idéias. Ele insistiu, replicou, treplicou, mas seus argumentos, por falta de consistência, não encontraram aquiescência do grupo.
No final, ele, já sem argumento para sustentar sua proposição e sendo forçado a reconhecer que suas idéias não tinham fundamento, já que o grupo provou a inconsistência de tal asserção, gabou-se: “pelo menos eu não dei o braço a torcer!”. Quando os argumentos perderam toda a capacidade de convencimento, por falta de consistência, tal senhor apelou para convencer ao grupo e a si mesmo de que sua teimosia era uma qualidade pessoal.
Para pessoas como aquele senhor, o importante é sustentar a proposição e não provar a consistência de suas idéias. São pessoas que não foram preparadas para admitir os seus erros e, na grande maioria das vezes, são egocêntricas, intransigentes, arrogantes e autoritárias.
Se olharmos ao nosso redor, veremos que estamos cercados de pessoas assim. Falta-lhes, principalmente, humildade e maturidade. Elas perdem grandes oportunidades de aprender ao se fecharem em seus mundos particulares, convencendo-se de que estão com a razão. Têm medo dos seus erros – não sabem que os erros, desde que assumidos, são a maior fonte de aprendizado. Jean Piaget já disse que um erro não é um erro...