QUAL A DIFERENÇA?

Gostaria de me debruçar sobre críticas sociais e práticas usuais da sociedade Portuguesa actual e a visão do cidadão sobre o certo e o errado e como por vezes as classes médias criticam o que de mal existe na sociedade e a diferenciação que fazem de um mesmo acto.

Se for praticado um assalto por um indivíduo na rua,claro que esse acto merece a maior censura social,pois roubar,assaltar, é certamente um acto que merece o repúdio de todos nós.Só que as classes médias,especialmente as abastadas diferenciam e muito os vários tipos da mesma prática.

Houve vários escândalos recentes em Portugal em relação a bancos e seus dirigentes de topo.Claro que como estudante de direito que fui,sei que todos nós somos inocentes até ao trânsito em julgado.Mas vamos a exemplos de como por vezes censuramos de maneira diferente a mesma prática:

Um presidente de um conselho de administração de um grande banco nacional,teve um filho que pediu à instituição que o senhor era presidente(não grande accionista do mesmo) um empréstimo bancário na quantia de 15 milhões de euros(40 milhões de reais),para uma empresa dele(o filho).Até ao momento que isto veio a público através de meios de comunicação social,o caso nunca fui falado,pois teve a particularidade de o garoto de vinte e tal anos ou de trinta e tais não ter podido pagar o empréstimo e o banco ter dado o caso como incobrável.

Adiante com a mesma instituição,andam com problemas de justiça relacionados com off shores.

E no entanto,se você comum cidadão tivesse um mísero débito para com o banco de 500 reais e fosse cliente de anos do banco,receberia telefonemas de gerentes de conta nada delicados...

Claro que não se deve ter débitos em bancos,mas aqui o que se passou foram dois pesos e duas medidas...

Escusado será dizer que o presidente do banco é uma pessoa muito religiosa e é certamente apologista dos bons costumes, certamente,e que não esconde perante a opinião pública os bons costumes de uma sociedade...

Não sei,mas calculo que se um pobre coitado na rua o assaltase e lhe roubasse uns 50 euros,o tema de conversa com os amigos seria que vejam lá,estes assaltantes,malandros!

E o que dizer de donos de casinos que enriquecem legalmente à custa de pessoas que ganharam a adição de jogar,pois nem todos quanto lá entram pela primeira vez sabem do grau de viciação que o jogo pode conduzir.Casos de suicídios já houve,por causa de uma actividade,legal...

Da próxima vez que eu souber que houve um assalto e ouvir comentários moralistas,concordo mas também peço que se indignem sobre os falsos moralismos existentes na sociedade e não apliquem dois pesos e duas,medidas.

É que o perfil do assaltante pode ser diferente mas provavelmente até vou compreender melhor o assaltante que o faz porque está mesmo necessitado ,do que os que os fazem legalmente e são milionários ou bilionários, sendo vistos pela sociedade de maneira,diferente...