ESCRAVOS DA MÍDIA

Frei Beto, em artigo publicado recentemente, fala que a humanidade está saindo do processo de sujeição do corpo e aponta os 358 anos que a escravidão foi legal e legítima no Brasil, como exemplo de opressão do corpo.

O escritor afirma que a sujeição do corpo hoje está cedendo lugar à sujeição da mente pela indústria cultural. “Agora tudo é descartável, inclusive os valores. E todos somos impelidos à reciclagem perpétua – na profissão, na identidade, nos relacionamentos. A tecnologia multimídia sujeita-nos sem que tenhamos consciência dessa escravidão virtual”. Conclui afirmando que o mercado na atualidade ocupa status de um soberano universal.

A pior condição de escravo é sem dúvida a que o escravizado não tem consciência de que vive nessa condição. Sua alienação não lhe permite qualquer reação, não lhe permite caminhar em direção a mudanças. Enquanto escravos da mídia, somos assim: manipulados ideologicamente, não percebemos os liames da realidade que nos cerca, a rede que se tece em torno de nós.

Escravos da mídia, sequer nos damos conta da avalanche inexorável que nos coisifica o tempo todo em prol dos interesses do mercado.