CÚMPLICE DE MAUS POLÍTICOS
O ministro Carlos Ayres Britto, que na semana passada assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral afirmou que é preciso valorizar o eleitor, estimulá-lo a participar do processo e a exercer o senso crítico.
E foi além: enfatizou que é preciso dizer ao eleitor que ele não é só uma vítima de eventuais maus políticos, ele também é cúmplice, visto que a responsabilidade do eleitor é muito grande.
O curioso é que a boa parte dos eleitores sequer tem consciência dessa cumplicidade, pois não raro, em tempos de eleição, buscam nos políticos benefícios individualistas, esquecendo-se que, quando eleitos, esses mesmos políticos representam uma coletividade
Trocando em miúdos: o eleitor é cúmplice quando elege os bons políticos, aqueles que trabalham positivamente para o bem comum. Mas igualmente é cúmplice quando em troca de algum favor, contribui para a eleição de maus políticos, aqueles que simplesmente querem que o povo "exploda"!
Como se tudo isso não bastasse, ainda tem o eleitor omisso, que chega a acreditar piamente que sua omissão não tem nada a ver com essa leva de maus políticos que são eleitos a cada quatro anos. Ou seja, é um "omisso sem culpa", com se isso fosse possível.
Será que não está passando da hora de se implantar o voto facultativo no Brasil, cuja vantagem é que ele opera no plano da consciência cívica?
O sujeito vai lá para marcar sua presença para participar do processo livre e conscientemente. "Esse casamento operacional entre a liberdade e a consciência é o ouro todo, é a glória.", garante o novo presidente do TSE, mas quando será concretizado?
Afinal, o eleitor brasileiro sabe realmente votar? Claro que sabe. Ele vota direitinho naquele candidato que a mídia preparou para ele, vendendo uma imagem de competência e de solução para todos os nossos problemas. E o presidente Lula está aí para comprovar, na prática, esta teoria.