É BRINCADEIRA!!!
No dia 7 de maio, leio no “Jornal do Tocantins”: “Comunidade Acadêmica Escolherá Reitor e Vice”. Na seqüência, “Cerca de dez mil eleitores, entre professores, universitários e servidores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) devem comparecer hoje às urnas, durante processo eleitoral para escolha de reitor e vice reitor”.
Quantos compõem a COMUNIDADE ACADÊMICA?
Passadas as eleições, me deparo com o seguinte no site da UFT:
Barbiero e Expedito têm 92% de preferência em pesquisa eleitoral
Os professores Alan Barbiero e Expedito Cavalcante, candidatos a reitor e vice, obtiveram 92% dos votos válidos da pesquisa eleitoral realizada na UFT. A apuração terminou por volta da meia noite, depois de todo um dia de votação, nos sete campi da Instituição.
A pesquisa foi realizada em clima de tranquilidade, em processo organizado pelos sindicatos dos professores e dos servidores técnico-administrativos e pelo Diretório Central dos Estudantes, e que durou quase 40 dias. Nesse período, ocorreram debates, em todos os campi, entre a comunidade acadêmica e os representantes da chapa que se apresentou para o pleito.
A apuração transcorreu de forma tranqüila
Os candidatos tiveram 273 dos 287 votos válidos dos professores e 252 dos 296 votos dos técnico-administrativos. Do total de 2.358 votos dos alunos, 2.227 foram para a chapa vencedora. A pesquisa segue critérios de proporcionalidade instituídos pela Comissão Eleitoral.
Quantos professores votaram? 287
Quantos técnico-administrativos? 296
Quantos alunos? 2.358
Total de votantes? 2.941
Trata-se, na verdade, de um fiasco. A grande maioria da Comunidade Acadêmica não votou. A matéria marota (refiro-me à do site da UFT) fala em “votos válidos”, manipulando estatística e jogando com a linguagem a fim de confundir. Ora, “votos válidos” não significam, no caso, a vontade da maioria da Comunidade Acadêmica. Eram candidatos únicos, logo, quem foi às urnas, embora “espertamente” tenham colocado outra alternativa, daria o voto aos candidatos.
Não podemos aceitar subestimações de nossas inteligências. O não comparecimento, em massa, do eleitorado universitário é um recado claro ao grupo que está no poder à frente da UFT.
Desconfiamos que alguns estão apenas usando a instituição para fins político-partidários. Há problemas sérios, graves, como os ocorridos em concursos, em seleções de substitutos e tantos outros.
Minha preocupação é com a nossa Universidade, precisamos penetrar nos movimentos que acionam as engrenagens ocultas da mesma, ou seja, ler nas entrelinhas. Precisamos compreender que tipo de instituição temos, quais seus truques, o que se diz para melhor silenciar, enfim, onde se aloja a aparência, a artificialidade.
Ary Carlos Moura Cardoso
Professor da UFT