Pensar e Realizar
Pensar e Realizar
Pensar é criar idéias, soluções, resolver problemas de toda a ordem, selecionar o que haverá de ser útil e servir para tornar a nossa vida feliz.
Pensar também é criar pensamentos que sirvam para o próprio aperfeiçoamento e superação, como também ajudar a outras pessoas nesse sentido. É um ato criativo onde a participação da sensibilidade é de extrema importância.
Em todo o processo de criação de um pensamento na mente, que começou como idéia, uma imagem mental, até sua manifestação neste mundo material, entrou em jogo essa função, a de pensar. Nesse caso, para a realização de algo físico, sólido, material. Muitos outros pensamentos podem ser criados para facilitar o trânsito pela Terra e seriam como insígnias que nos garantissem transpor os obstáculos da vida sem maiores dificuldades: paciência, tolerância, bondade, temperança, decisão, virtudes, enfim, produtos de nossa criação mental, de nossa capacidade de pensar.
Pensar não é recordar, uma outra função mental, e nem ser dirigido por pensamentos alheios. Pensar é maior, é ser criador dos próprios pensamentos e construtor do destino individual. Pensar é saber identificar os pensamentos que se tem na mente, em geral vindo de outras mentes, e selecionar o que haverá de ser útil para a nossa vida. Não é fácil e nem difícil. Exige constância, dedicação. É um aprendizado que pode e deve ser iniciado na infância. É uma arte pouco conhecida pelo homem moderno que já começa a fazer parte das preocupações dos educadores e haverá de conformar a pedagogia do futuro.
Pensar em Deus, na vida, no tempo e na morte, ao invés de aceitar passivamente suposições fantásticas e irreais sobre os conceitos mencionados, poderá ser o fio condutor que faça o ser humano sair do labirinto em que se encontra aprisionado por idéias sombrias e preconceitos seculares.
A verdadeira liberdade é a de pensar. É assim como o ser humano, o espírito humano, respira; pensando com liberdade, que é o mesmo que criar, que é o mesmo que ter um domínio sobre os pensamentos que habitam a própria mente ou que perambulam por aí de mente em mente fazendo os estragos que todos sabemos quais são.
Ser livre é usar com liberdade a inteligência, todas as suas faculdades, não somente a memória e a imaginação, como nos têm pretendido impor aqueles que nos querem manter atados às rédeas da submissão e da imposição.
Os tiranos, os ditadores, os inimigos da liberdade não querem que ninguém pense, porque tal grito de liberdade, tal oposição às imposições é a ameaça ao poder que as ânsias de domínio desenham em suas mentes doentias.
Pensar, observar, raciocinar, refletir, combinar e julgar são algumas faculdades da inteligência que não têm sido muito exigidas ou desenvolvidas pelo ser humano que pode, num grito de liberdade, deixar de ser joguete ou escravo de pensamentos alheios que nada têm a ver com a felicidade almejada pelos que sonham com a liberdade.
Pensar faz bem para a mente que reside no cérebro, para o corpo e para o espírito que se renova com esta atividade criativa, pois pensar é criar, respirar espiritualmente.
O exercício diário da função de pensar, onde entrarão em jogo o interesse, a atenção e o entendimento, fortalece a inteligência nas leituras e na criação pessoal que qualquer um pode realizar. Será também necessário aprender a ler a própria realidade pessoal e interior, e modificá-la, caso seja necessário. A ninguém está vedado desenvolver a própria capacidade mental e liberar-se da rotina monótona dos dias que se sucedem sem nenhuma renovação; basta querer, pensar e realizar.
Não existe maior triunfo para a figura humana que pensar com liberdade e criar um futuro feliz através da própria inspiração.
Nagib Anderáos Neto
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