Ser mãe... Ápice de uma existência

 

   

 

 

       Dentre as coisas que Deus nos permitiu ser, a  mais fantástica, sublime e indescritível é sem sobra de dúvida o ato de ser mãe.

       Não posso aqui generalizar dizendo que é o sonho de todas as mulheres, mas creio que é de uma grande maioria. É quando nós mulheres chegamos a nossa plenitude, ao clímax da nossa existência. Saber que durante nove meses carregaremos um outro ser dentro de nós, que a vida dele estará diretamente ligada a nós, e também dependerá de nós,  e que durante estes nove meses nós seremos responsáveis por tudo que lhe acontecer. É muito difícil descrevermos este período ( o da gestação), vemos nosso corpo mudando aos poucos, se transformando ( o que infelizmente algumas acham que é "deformando"), mas se realmente entendermos o significado dessa transformação, a aceitamos com resignação e prazer. Ficamos mais "mulher", mais "feminina", mais "sensível", as formas ficam mais "arredondadas" e "salientes". A parte psicológica também conta muito,mais "carentes", queremos sempre mais do que nos oferecem, principalmente com aqueles famosos desejos estranhos, fazendo da vida do nosso companheiro uma total maratona, uma prova de fogo e resistência, queremos mais carinho, mais carinho, queremos nos sentir segura e temos necessidade de sempre estar com o nosso "ego" alimentado. Por tudo isso, é preciso, é necessário, é fundamental que o nosso "companheiro" esteja diretamente envolvido e tenha uma participação direta em tudo, afinal de contas, um filho é a concretização física do amor, e ambos têm responsabilidade, por isso não devemos ser egoístas, achando que somos superiores porque estão dentro de nós, e também nos achando mais importantes devido a isso, pelo contrário, devemos aprender a dividir tanto os bons momentos como os maus momentos, apoiando um ao outro.

     O nascimento, realmente é um traumático para a mãe, mas todo o sofrimento é esquecido é esquecido quando vemos que tudo correu bem, nesse momento é quebrado um vínculo, nos mostrando que um filho não é propriedade nossa, que apesar dessa separação, ele ainda depende de nós para se alimentar, mas ele foi separado de nós, tirado de nossas entranhas. E ao nascer ele dá o seu grito de independência de liberdade, mostrando que já pode "sobreviver" "fora de nós.

     A partir daí, cada dia é uma nova surpresa, acompanhando o seu crescimento, as suas reações. Aquela vida passa a ser mais importante que a nossa própria vida, o amor de mãe é indescritível, inefável....mas em momento algum pode ser possessivo, soberbo, ou arrogante. Deve ser um amor coberto de compreensão, mas firma quando necessário, saber dizer "não" na hora certa, "negar" quando for preciso e "renunciar" em prol do seu crescimento. Devemos sempre estar conscientes que não devemos decidir por eles, nem pensar por eles, pois eles têm livre arbítrio para tomarem as próprias decisões, só nos restando aconselhá-los e orientá-los no que for melhor, pois chega a hora  em que os seus olhos ultrapassam a linha do horizonte e querem conhecer o "desconhecido", querem alçar um vôo mais alto, para mais longe, para a liberdade, para o novo. Nesse momento só nos resta aceitar e pedi a Deus que os proteja, pois daí em diante eles aprenderão na prática, a própria vida os ensinará, temos então que entendê-los e ajudá-los e amá-los cada vez mais. Que eles possam nos ver sempre como um "porto seguro", para que possam sempre ter certeza, que podem jogar a sua âncora com total confiança, sabendo que ali estarão a salvo das tempestades e intempéries do tempo, podendo sempre sentir que estarão em terra firme ao nosso lado.

Sandra Mamede