Preparando a greve branca
Preparando a greve branca
Nos últimos 3/5 anos, nós, freqüentadores regulares da internet, temos participado de fóruns e listas de discussões diversas, explanando nossa indignação com as atitudes absurdas de nossos mandatários que estão conduzindo o país em direção à convulsão social inevitável e dolorosa, principalmente para nossos herdeiros, que não tem culpa pelas más escolhas que fizemos. Ela pode demorar 5 ou 20 anos, mas não poderá ser evitada se deixarmos o trem nesta direção, com esta velocidade rumo à estação "zero" da miséria coletiva, onde nem a classe média será poupada, tendo em vista os evidentes sinais de pobreza que ela vem revelando. Estes desastrados condutores já devem ter prontos seus esquemas de fuga da locomotiva (apesar do criminoso sucateamento da nossa malha ferroviária) para quando a situação estiver fora de controle. É a principal característica dos que se locupletam com o uso sistemático do poder: desaparecer no momento do julgamento público e passar a viver num paraíso distante usufruindo a fortuna obtida através das canetadas criminosas. E prontos para voltar depois da poeira baixar, através de alguma “anistia” concedida pelos que ficaram comandando o caos e estão prontos a “restaurar” a democracia, na qual somente os pobres pagam a conta.
Temos trocado reclamações entre nossos pares, temos enviado cartas aos jornais (que não as publicam) e a alguns políticos (que devolvem respostas programadas e vazias), relatando os problemas que nos sufocam e as dezenas de soluções possíveis a serem estudadas por aqueles que atuam na área em foco. E não somos gênios para enxerga-las. É uma questão lógica visível aos portadores de lucidez. Porém nossas vozes não são ouvidas pelos que gerenciam nossos impostos em proveito próprio e adiam as soluções para a administração seguinte. Nossos abaixo-assinados são engavetados sem cerimônia. Neste intervalo tentam nos distrair com profundas besteiras exibidas na tv. E não percebemos que ferramentas usar para nos unir sob esta bandeira de luta por uma vida de melhor qualidade.
Como nossa paciência está esgotada, imaginamos uma atitude menos educada para avisa-los que não estão agradando com a política de suprir os ganhos internacionais em detrimento da miséria de nossa população. Alguns colegas esgotados e irritados já chegaram a sugerir:
1) dar tiros para o alto – não temos meios de obter armas com a facilidade que os pilantras condenados mais de 10 vezes pela Justiça(?). Nem temos habilidade para usa-las. E ainda somos processados quando defendemos nossa casa de ladrões usando-as em casos de desespero. Estes facínoras, matam com prazer e com crueldade sob o manto dos "direitos humanos" alardeados pelas ong's profissionais. E os poucos cidadãos decentes que ainda possuíam armas foram convencidos a entrega-las ao poder público em troca de míseros R$ 100,00 para reduzir qualquer resistência aos ladrões que invadem nossas casas a qualquer hora do dia, confiantes na ineficiência da polícia sucateada.
2) Marcha barulhenta batendo panelas em direção aos redutos dos governantes – será difícil agrupar um número expressivo para retratar a indignação coletiva. Só se consegue reunir grupos elevados de pessoas para fila de ingresso para samba, pintar ruas para a copa de futebol e festival musical de rock ou funk onde há chance de rolar um fumo liberado. Se não tiver um carro de som com um grupo de pagodeiros liderando, não vamos reunir nem 200 pessoas.
3) Votar de forma correta – esta seria a maneira certa de conduzir o processo se a maior parte do povo tivesse amor pela pátria, respeito pelo idoso, cultura política mínima, desprezo pelas titicas exibidas na tv, memória razoável e não se deixasse subornar por camisetas, canetas e bugigangas oferecidas por candidatos sem fidelidade partidária e sem dignidade pública. Além do mais, com o advento das urnas eletrônicas passíveis de adulteração de resultados, esta forma deixa de ser segura para virarmos o jogo a nosso favor.
Portanto, temos de definir uma maneira simples de enviar uma mensagem contundente aos vampiros que sugam nosso sangue com suor e tudo. A forma mais simples é atingir os bolsos das ratazanas. Em qualquer área de nosso cotidiano (saúde, transporte, lazer, educação, comunicação) existem duas ou três empresas estrangeiras que manipulam os produtos que consumimos e dominam 90% do mercado, através de políticas desonestas que impedem os concorrentes nacionais pequenos de evoluírem (gerando empregos) para que o mercado produtivo cresça e aconteçam preços suportáveis aos consumidores. É fácil dar-lhes um aviso, adotando uma postura que não será tão sacrificante para nós e pode se alastrar sem termos de nos mover do teclado.
Vamos supor que sejamos 4 milhões de internautas no Brasil. Se pelo menos metade desta turma contar com o apoio de mais dois familiares, seremos 6 milhões de cabeças juntas. Façam as contas e imaginem se este grupo deixa de tomar 2 coca-colas por dia! Ou deixam de envenenar-se com um gorduroso Mc sanduba! Ou deixam de comprar leite Ninho. Ou o tênis que o ídolo usa. Deixar de ler um determinado jornal por uma semana. Ter força de vontade para desligar a tv durante um dia inteiro (a combinar) por semana. Divulgar a idéia através de panfletos por todos os locais que visitamos diariamente. Se esta campanha resistir por um bimestre, chegará aos ouvidos dos demais através da "rádio tamanco" (a imprensa pesada vai procurar esconder o fato até onde puder). Algum entusiasmado cria um espaço virtual (sugestão: www.deixamos-de-comprar.com.br) com este objetivo, combinando os núcleos em cada região do país. Eleger os produtos a serem desprezados pelos internautas patriotas por tempo indefinido. Divulgar o número diário de adeptos novos a este projeto SIMPLES. Editar mensagens semanais aos meios de comunicação e entidades representativas (OAB, CNBB, xBB) com o seguinte texto básico:
"Na semana passada éramos YYYYY descontentes com os líderes de nossos destinos. Agora somos xxxxxx consumidores que deixamos de comprar os seguintes produtos desde dd/mm/aa : relação de produtos. E certamente estes ELEITORES negarão apoio a todo candidato que ouse defender os interesses dos abutres acima prejudicados.”
Se tal fato se produzir, deslancha, pega impulso, acende o pavio da indignação e nós acabamos lembrando que temos força (se bem coordenados e sem vaidades) para mudar os rumos de nossas vidas para a estrada da liberdade.
Só precisamos aprender a canaliza-la na direção correta. Depois desta demonstração, os dirigentes políticos passarão a nos ouvir com mais atenção. Perceberão que estamos despertando e que a anestesia produzida pela mídia amestrada está perdendo efeito.
Você seria capaz de passar a tomar sucos de frutas da nossa terra em vez dos refrigerantes que lhe enchem de gazes e enriquecem as multi estrangeiras? Largar as gorduras que aumentam seu colesterol e passar a consumir nossas verduras e legumes atraentes? Trocaria o leite em pó pelo leite de soja? Ou prefere ficar à mercê de uma Parmalat que monopolizou nosso leite (acabou com a CCPL) e agora arrasta pequenos produtores lentamente para a miséria aumentando a legião de esfomeados em nosso território? Está satisfeito com o futuro colorido apenas de negro que pintaram para nossos herdeiros?
Se 1200 topiqueiros estacionam seus veículos na principal artéria do Rio de Janeiro e usando megafones conseguem fazer o governo estadual recuar de decisões já normatizadas e demitir o diretor de órgão que insistia em fiscalizar veículos irregulares, como é que 4 milhões de navegantes orientados por cabeças lúcidas e podendo trocar idéias a cada minuto não conseguem estabelecer uma cruzada cívica para combater as ervas daninhas que habitam nossos gabinetes governamentais?