Bastidores da nação
É nos bastidores da nação onde se desvelam os verdadeiros heróis e heroínas do Brasil, a autobiografia do País se revela nas mãos calejadas do trabalhador, na pele queimada do sol, no olhar triste das crianças que passam fome, um País que mantém seus políticos refrescados economicamente, a custa do suor de milhares de trabalhadores, homens e mulheres que deixam suas pegadas, no chão árduo do atual cenário político e econômico brasileiro. Um povo corajoso que impõe a bandeira da fé e da superação frente à mascarada e cruel corrupção praticada pelos abutres do governo.
O dia do trabalhador, comemorado mundialmente em 1º. de maio, representa as chaves que libertaram milhares de operários de condições subumanas de trabalho, nasceu da luta e do luto de pessoas que acreditaram, que lutaram por seus direitos.
Nas indústrias européias e dos Estados Unidos, no final do século XVIII e durante o século XIX era comum as jornadas de trabalho que se estendiam até 17 horas diárias, os baixos salários, tudo isso compunha o enredo da vida dos operários neste tempo.
No Brasil o baixo salário é um drama vivido por milhares de trabalhadores, pessoas que lutam pela sobrevivência, que travam uma batalha diária para garantir o pão na mesa.
Avançamos em alguns aspectos, os trabalhadores dispõe dum sistema jurídico que garante seus direitos, contudo há muitos desafios a serem superados.
Esta especial data nos lembra que todo dia é dia de trabalho, e que somos vitimas de um governo falho, corrupto. Que a data tenha finalidade de homenagear a mão-de-obra, o fundamento, os pilares que sustentam nosso Brasil: o trabalhador. Que nos incite a pensar, que sirva para caírem as mascaras da corrupção diante dos pés da justiça, que seja erguida a bandeira em favor dos oprimidos, em favor daqueles que não tem escolha, que são obrigados a se sujeitar as péssimas condições de trabalho para ter o que comer, para lembrar o povo que não vive, sobrevive.
Vamos homenagear os heróis invisíveis, os agentes secretos que trabalham nas noites sem fim, na coleta do lixo, que mantém as cidades habitáveis, este é só um exemplo, poderíamos citar milhares. A calçada da fama do povo brasileiro é um chão árido e pedregoso, onde todos eles deixam sua marca, sobretudo uma marca que chama atenção, pois é uma marca de fé, de esperança diante das condições mais adversas, um povo que consegue sorrir, mesmo com seus poucos dentes na boca. Um povo que desenha no cenário social um quadro pintado com tintas de esperança, que acredita no exílio definitivo da corrupção, no fim da revoltante desigualdade social. Não há dúvida que a falta de valorização e de respeito aos trabalhadores constituam as chibatadas do século 21, as senzalas nas quais foi lançada a dignidade humana.
A corrupção diária no governo brasileiro é a patrocinadora do desalentador quadro de desigualdade no País. Enquanto o operário trabalha de sol a sol para ganhar um salário mínimo, deputados vivem refestelados em cartões de crédito, em viagens milionárias, com salários exorbitantes, lembrando que tudo isso, a custo do governo e do povo que contribui com pagamentos de um sem números de impostos. Vamos, neste dia especial, celebrar a vitória silenciosa de todos aqueles que corajosamente se dedicam na construção do País, vamos respeitar o grito sufocado de dor e revolta no silencio da rotina dos que sofrem na pele as conseqüências da desigualdade social, outrossim vamos acreditar numa reforma social, acreditar em políticos honestos, que utilizem sua vida política em favor do povo, que lutem para garantir os direitos de milhares de cidadãos, pois somente assim será possível a construção de uma nova identidade ética no contexto político. Enquanto isso Brasil, mostre a sua cara.
(Cassiane Schmidt)