DE MALTHUS AO SÉCULO XXI
Não são apenas as previsões teológicas que se desnudam sob nossos olhos.
Hoje, o assunto "bola da vez" é a fome.E esse triste tema não é novidade, posto que também é Bíblico.
Basta que consigamos nos reportar ao símbólico e dificílimo livro de apocalipse, para percebermos que o cenário atual não deva se tratar apenas da evolução natural duma espécie animal, que embora intelectualmente privilegiada, talvez seja o animal mais paradoxal que já existiu.
O fato é que a ciência também previu.
A teoria Malthusiana também anunciava que o mundo passaria por dias difíceis.
Que o crescimento populacional desordenado e não planejado às proporções geométricas geraria uma demanda por alimentos que seriam produzidos no máximo em proporções aritméticas.
E o resultado aÍ está.
Um planeta cuja geografia e números da fome são de impressionar.
Aproximadamente oitocentos e cinquenta milhões de pessoas de barrigas vazias!
E ao longo da história , me parece que a fome sempre foi bandeira política.
Essa bandeira, que por aqui também tremula, não é nenhuma novidade.
Mas o que me intriga, é que a despeito das promessas, dos congressos mundiais dos tantos "Gs" que lideram, a própria fome continua sendo moeda de troca, tema das falácias e instrumento de manejo político entre os que "mandam" no planeta.
Mas talvez o problema agora seja muito mais sério.
Começou a percepção de que o todo vai sofrer, com ou sem poder financeiro.
Realmente o dinheiro não compra e nem imobiliza certas forças...
É a Natureza dando o seu troco!
O Homem destrói, e enquanto acredita "construir" consome as fontes de energias esgotáveis do planeta Terra.
Faz guerras, e talvez as próximas sejam por recursos naturais que mantém a vida básica.
Destrói o ar, destrói a água, destrói a vegetação, destrói os campos com fins energéticos e consome as riquezas naturais no seu alucinado "desenvolvimento' não sustentável!
O Homem desperdiça, o Homem não repõe, o Homem não educa e "inteligentemente" se condena à auto destruição.
A fome é indigna a qualquer espécie de ser VIVO!
Mas é justamente ela quem sustenta os poderes e as barganhas entre os que comem...damasiadamente!
Gravatas de seda prometem sustentar o mundo, enquanto os lixões abastecem as periferias, obras do descaso e da ganância do universo político AO LONGO DE TODA A HISTÓRIA.
Malthus tinha razão.
Mas hoje sabemos que a questão vai além da simples matemática.
Talvez a operação aritmética básica pela qual o mundo urge seja a DIVISÃO...a mais justa, e não apenas a demagógica e populista.
A questão é verdadeiramente ética, é moral, é humanitária!
Enquanto as canetas não saírem do gabinete dos seu próprios interesses, o mundo caminhará inexoravelmente para o caos faminto, não apenas com O CORPO MORIBUNDO, mas com o ESPÍRITO SUCUMBIDO pela fome que roga por LEGÍTIMA consciência.
Que Deus tenha piedade de nós!