APROFUNDAR A DEMOCRACIA SERÁ NOS EDUCARMOS
Muito se lutou contra o Estado Novo de Vargas, muito se lutou pela independência do Brasil, muitos lutamos contra a ditadura e até hoje milhares de pessoas buscam a reparação da Anistia e até o reconhecimento da existência de pessoas desaparecidas na luta contra o arbítrio em nosso Brasil.
Tivemos a Guerra dos Farrapos, a Balaiada, a prisão dos Inconfidentes, a execução de Tiradentes e os mártires da libertação dos escravos Afro-brasileiros, como Zumbi e tantos outros todos os avanços brasileiros foram frutos de mobilização, de lutas e até mortes! Chegamos à sonhada Democracia, chegamos ao processo de eleições diretas e livres com a eleição de Collor em 1989 e vimos claramente que eleições diretas, por si só não significam que nossos problemas sociais, políticos e econômicos se acabaram não significa que chegamos ao ápice da civilização e cumprimos todo o nosso dever cívico.
A corrupção continua a compra de consciência de cidadãos continua as mazelas como fome, desemprego, crime organizado, as injustiças e até as perseguições políticas continuam existindo regadas por muitos discursos “pícaro-democratas”, muitos dos quais atingem seus objetivos meramente pessoais e oportunistas deixando o povo muitas vezes, muito mal representado em suas instituições públicas.
A etapa liderada por Ulisses Guimarães, por Pedro Simon, Miguel Arraes e por varias organizações sindicais, estudantis, OAB, ABI, entre outras, virou a página da história, estamos em um novo aprendizado, onde as instituições necessitam se oxigenar e buscar novas formas de luta e manifestação de suas vontades, sonhos e desejos de uma sociedade livre de fato e menos violenta, e mais solidária de fato.
As instituições e partidos políticos, ajudados por pensadores, filósofos, estudiosos, pessoas engajadas na Construção de uma sociedade democrática tem o desafio de identificar e até construir novos paradigmas nessa encruzilhada da história em que vivemos, vi a angústia do cantor Lobão em seu Programa de TV recentemente, desafiando os estudantes e os movimentos sociais a saírem do que ele chama de “bundamolice” e” movimentos sociais Chapa-branca” que acabaram virando correia de transmissão do Governo e de suas vontades políticas e os movimentos devem ser independentes e livres e não atrelados ao poder simplesmente, seja de “A” ou “B” , seja do Governo de FHC ou LULA.
Na verdade Lobão tem suas razões, pois o fato de chamar-se “Governo Popular”, não quer dizer que a sociedade tenha que se curvar e aceitar tudo que esta vindo goela abaixo, afinal temos que nos educar permanentemente para a democracia, ou para construir a Democracia de fato.
Manoel Vitório