RESISTENTE E INTELIGENTE

RESISTENTE E INTELIGENTE

O Brasil vivencia uma das maiores epidemias da história, a dengue. A palavra dengue tem a seguinte origem: derivação da língua espanhola dengue, de criação e expressão tem como adjetivação dengosa, que na nossa pátria firmou-se como melindre feminino; denguice, faceirice, feitiço, requebro, denguice, birra ou choradeira de criança, manha e treta. Na medicina a dengue ficou conhecida como uma doença infecciosa produzida por vírus, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e caracterizada por cefaléia, mialgias, artralgias, comprometimento de vias aéreas superiores, febre, exantema (Virose aguda, de evolução branda, que ocorre em crianças; sexta-doença), linfadenopatia (Qualquer doença de nodo(s) linfático(s).) Incide, em caráter epidêmico ou de modo esporádico, na Índia, Japão, Sul do Pacífico, Caribe e América do Sul, principalmente ao norte. O nome faz referência ao estado de moleza e prostração em que fica a pessoa contaminada pelo arbovírus - abreviatura do inglês de arthropod-bornvirus, vírus oriundo dos artrópodes. Muitas pessoas irão indagar: o que significa artrópodes? Os artrópodes são os invertebrados que possuem patas articuladas, nome formado de Athros, que significa articulações, o podes que significa pés patas. Ele agrupa mais de 800 mil espécies, conecta que supera todos os demais filos reunidos. Além disso, merece citação a grande diversidade dessas espécies; Sua boa adaptação a diferentes ambientes; as vantagens em competição com outras espécies; a excepcional capacidade reprodutora; a eficiência na execução de suas funções; a resistência a substâncias tóxicas e a sua perfeita reorganização social, caso das abelhas, formigas e cupins. Diante do exposto aqui enunciado é que apelidamos o mosquito de resistente e inteligente.

A palavra "arbovírus" muitas pessoas não a conhecem - vem da língua inglesa "arthropod-borne vírus", que significa vírus carregado por um artópodo. Um arbovírus é um vírus que é essencialmente transmitido por artrópodes, como os mosquitos. O termo arbovírus não é incluído na classificação taxonômica de vírus, isto é, vírus de diferentes famílias e mesmo ordens poderão ser arbovírus. São algumas vezes patogênicos para os humanos (mais de 50 identificados). Ficam armazenados no corpo de artrópodes e por vezes prolifera sem efetuar dano ao animal. Podem ter morfologia esférica ou em bastonete e o seu tamanho varia (30-180 mm) e normalmente têm genomas de RNA. Vejam a fera com que estamos lidando: até agora segundo estudos sérios de profissionais foram identificados cerca de 200 arbovírus. Essas pragas causam outros tipos de doenças como as encefalites virais, o Cancro molenguento, a Dengue, a Febre amarela, o Mayaro, O Oropuche o pênis de água roxa. Olhem: tempos atrás as crianças brincavam com as larvas do mosquito e comumente chamávamos de martelos. Existia um belo trabalho dos mata-mosquitos. O governo Federal resolveu acabar com esses bravos defensores e deixou a responsabilidade na custódia de cada Estado da Federação. Desleixo falta de vontade política, pouco investimento na saúde, em pesquisas transformaram o país no caos que vivemos hoje. Vejam como a situação é antiga: O mosquito da Dengue, o inteligente e resistente transmissor da dengue, o Aedes aegypti, foi introduzido na América do Sul através de barcos (navios negreiros) provenientes da África, no período colonial, junto com os escravos. Houve casos em que os barcos ficaram com a tripulação tão reduzida que passaram a vagar pelos mares, constituindo os “navios-fantasmas”. Contei com auxílio da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 37 (6): 476-479 nov-dez, 2004 para compor parte desse trabalho. Pela história essa praga é tão antiga, mas a medicina e os pesquisadores ainda não conseguiram fabricar uma vacina para acabar com esse sofrimento por qual passa a população brasileira. O nome da doença é o dengue é infecciosa causada por um arbovírus - existem quatro tipos diferentes de vírus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, que ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil. As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos. As autoridades brasileiras na certa estão esperando que surja um novo Oswaldo Cruz. O Mayaro é um tipo de vírus muito comum no estado do Pará e está presente em alguns espécimes de aves. No Brasil, o primeiro registro, documentado clínica e laboratorialmente, ocorreu em 1982, em Boa Vista estado de Roraima, causado pelos sorotipos 1 e 4, quando cerca de 11.000 pessoas foram infectadas. Em 1986, foram registradas várias epidemias de dengue nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Alagoas e Ceará e em todos os casos, o sorotipo dengue 1 foi à causa.

O sorotipo dengue dois foi isolado pela primeira vez na cidade de Belém (Estado do Pará) de um paciente procedente de Luanda, Angola, em 1989 e, no Rio de Janeiro, de pacientes autóctones (aquele que é natural de uma dada região; aborígine, indígena, silvícola) em 1990. Posteriormente, foi identificado também em Tocantins, Alagoas e Ceará. Em 1995, pela primeira vez, casos autóctones de dengue foram reportados em território paraense, nos municípios de Redenção e Rondon (Estado do Pará). No ano seguinte, surtos da infecção foram reconhecidos novamente em redenção e, pela primeira vez na Cidade de Belém, em todos os episódios o agente responsável foi o dengue tipo 1. A intensa circulação viral (DEN1 e DEN 2) nos anos subseqüentes gerou epidemias que foram se expandindo para todas as regiões brasileiras, com exceção de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que apresentaram somente casos importados. Dos estados da região norte, além de Roraima, notificaram surtos Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Tocantins e Amazonas. Pelo aqui exposto o que falta no País das Maravilhas e das impunidades são fiscalizações rigorosas, pois quem vem ao Brasil tem livre acesso, o que não ocorre em outros países. Os navios oriundos de zonas perigosas deveriam ser vistoriados, bem como outro tipo de transporte. Cuidado, cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ALOMERCE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 21/04/2008
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