Filhos sem religião de um país de fé
Que o Brasil é um país de fé não temos a menor dúvida. A convivência entre religiões é a mais pacifica de todo o planeta. Somos um país de fé, porém há um grande problema, as nossas crianças e jovens não tem religião, podem até freqüentar uma determinada religião, mas não profetiza as idéias propostas.
Como inspetor de alunos, tenho notado um aumento expressivo na violência entre esses jovens, é uma tal mania de bater em fulano, espancar cicrano, ofender beltrano e daí por diante. Uma série de violências que se repete todos os dias em qualquer beco desse país. Há mais ou menos dois anos observo esse comportamento abastardo e cheguei a uma única conclusão possível e aceitável, o que falta para essas criaturas é religião. Cheguei a essa conclusão depois de constatar que esses indivíduos em sua maioria têm pai e mãe, não passam por necessidade, tem tudo o que quer e surpreendentemente afirma freqüentar uma religião. Ai está à incógnita da questão... Podem até freqüentar uma religião, mas não compartilha do sentimento religioso que sustenta a fé, não tem por hábito o amor ao próximo e muito menos a caridade por outrem.
Acredito que essa é a disciplina que falta no currículo da vida desses jovens. O ensino público tem a disciplina de Ensino Religioso somente na 8 série e também é opcional, só freqüenta quem quer. Ai está outra falha, deveria ser obrigatório constar em histórico a referida disciplina desde as primeiras séries do ciclo básico. A escola não deve fazer merchandising religioso, pois é anti-ético e fere a constituição, ela deve apenas ensinar as histórias que contam as formações e fundações das religiões, deve partir do aluno a sua opção religiosa que não deve ser forçada nem pelos próprios pais. Outro problema bem comum em nosso país, os pais exigem quanto pode que seus filhos sigam as suas filosofias religiosas, o que considero um absurdo. Se fosse assim não seriamos individuais e não haveria tantos pensamentos e filosofias religiosas.
Somente quando os jovens descobrir a magnitude da religião estarão aptos a ser verdadeiros cidadãos conscientes dos seus deveres. Isso só será possível quando os pais aceitar que criam os filhos para o mundo e que como filhos do mundo estão sujeitos a pensar de forma individual e desenvolver seu próprio sentimento religioso. Não pode haver a obrigatoriedade de freqüentar e compartilhar das mesmas idéias, o que pode e deve fazer é orientar a seguir uma religião, não importando a sua placa, deixar bem claro também que placa nenhuma vai tirar os nossos pecados. Tudo o que fizemos é responsabilidade nossa, particular e intransferível.