A vergonha, a falta de amor católica

A instauração da Santa Inquisição pelo papa Gregório IX deixou marcas profundas que jamais se apagarão entre a humanidade, negar a existência da Inquisição e a mesma coisa que negar a existência dos campos de concentrações nazistas. Não podemos esquecer que muitos morreram inocentes condenados pela intolerância católica. A igreja foi tão intolerante que obrigou o astrônomo Galileu Galilei a negar publicamente a Teoria Heliocêntrica desenvolvida por Nicolau Copérnico, a igreja trocou a pena de morte pela prisão perpétua, mais tarde em 1992 o papa João Paulo II reconheceu o erro da igreja.

As penas da Inquisição variavam, desde a retração pública, ou peregrinação a um santuário, o confisco de bens e a prisão perpétua, convertida pelas autoridades eclesiásticas em execução na fogueira ou na forca em praça pública.

Segundo estudiosos, na Inquisição Espanhola, dos 125 mil casos de heresia, menos de 1% foi terminado com morte, o Vaticano rebate e diz que o numero é baixo. É uma falta de amor, é uma enorme falta de Deus no coração, como pode os representantes de Deus dizer tamanho absurdo, não importa a quantidade de mortos o que importa é o mal que a igreja católica fez para a humanidade em longos anos de intolerância em nome de Deus. O ser humano é tão fraco e busca sempre justificativa para os seus atos de crueldade.

A inquisição manchou a fé católica e deixou um ponto de interrogação aos fiéis, até que ponto a fé pode levar uma pessoa a cometer atos bárbaros e idiotas? Quem era realmente os hereges, quem condenava ou condenado?

O diálogo foi esquecido pelos católicos e resolveram usar de atos injustificáveis para impor a fé, acredito que a Santa Inquisição foi o pilar das divisões religiosas. Ninguém em sã consciência iria aprovar tamanha crueldade contra seus semelhantes, a igreja se preocupou demais com o crescimento de uma fé concorrente, esqueceu dos ideais de amor pelo próximo anunciado por Jesus. Que fé é essa que executou pessoas em nome Deus? Que fé é essa que impôs as suas filosofias e ignorou novos pensamentos? Aonde fica Deus nessa religião? Será Deus com a sua divina misericórdia e infinita bondade iria ser compatível com esse absurdo? Com certeza não, o catolicismo arrasou a liberdade de expressão e fez decair o seu crédito perante seus fiéis. A fé não deve jamais ser imposta, a fé não deve jamais ser um instrumento de riqueza material, a fé deve ser raciocinada e filosofada. Atos de ignorância, brutalidade e maldade jamais deve ser praticados em nome de Deus.

A última sentença de morte pela Inquisição ocorreu em 1781, após dois séculos de ser extinta a intolerância católica continua, o teólogo Hans Küng foi chamado pelo Vaticano para dar explicações sobre um texto que ele publicou com críticas relativas ao pontificado de João Paulo II, o teólogo foi proibido de lecionar em universidades católicas.

Não devemos julgar, mas também não devemos esquecer essa fase patética da nossa história, a sede católica por fiéis terminou com uma enorme e inesquecível mancha de sangue na instituição que pregava e dizia representar o amor de Deus, e tudo o que fazia era para manter a religião fortalecida e sem casos de heresia.

Em 2000, o papa João Paulo II pediu perdão oficial, já é um ato de amor, caridade e humildade, mas as marcas jamais se apagarão. A igreja católica nunca mais será a mesma, ela própria cavou a sua cova e agora pede perdão. Devemos perdoar como Cristo nos ensinou e esperar que erros tão absurdos não voltem a ser usados para impor a fé.

Giomário Nunes Torres
Enviado por Giomário Nunes Torres em 20/04/2008
Código do texto: T954103
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