NÃO É HORA DE PUNIR UM GENERAL DO EXÉRCITO, É HORA DE OUVIR UM CIDADÃO DE FARDA!

Como um ex integrante do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, como um ex integrante do Congresso Brasileiro e cidadão brasileiro, que foi punido injustamente na década de 70 e acabei sendo obrigado a deixar a farda devido ao excesso de pontos perdidos, ocasionados pelas punições injustas, acredito e tenho direito de dizer que o governo brasileiro deveria ouvir o cidadão e general Heleno, afinal realmente é caótica a situação dos índios no Brasil, a introdução de álcool e drogas nas aldeias, os suicídios e mortes inexplicadas de crianças e adultos indígenas.

Assisti as declarações do General de Exercito e vi ali, um cidadão angustiado com a gravidade dos fatos na região amazônica, vi a preocupação de um Comandante Militar com a necessidade de manter a defesa da soberania nacional, resguardar a fronteira e impedir que “grupos oportunistas” continuem a preparação da internacionalização da Amazônia, entendi isso claramente, pois nasci em uma fronteira do Brasil que foi recuperada a base de sangue e sacrifício de muitos soldados e civis do Brasil, uma guerra absurda do passado, com um país “co-irmão” motivado por erros históricos, estratégicos e que serviam a interesses bem distantes dos interesses de nosso povo. Entendi a preocupação do General porque vivi como deputado federal uma grande angústia com o oportunismo de um “grupo pseudo religioso” que estava adquirindo áreas estratégicas nas fronteiras do Brasil, com o objetivo de controlar uma área extremamente rica em recursos hídricos (água potável de excelente qualidade) e todos nós sabemos o valor estratégico de regiões ricas em água e recursos florestais, não somos mais os indiozinhos ingênuos da 1500 que trocavam pedras preciosas e ouro por quinquilharias.

Acredito que nesse momento, temos que democraticamente ouvir o general e ter a humildade de reconhecer que me muitos aspectos ele esta coberto de razão. Punir um militar com o histórico do general Heleno ou simplesmente repreendê-lo, pode até massagear o ego de alguns militantes de “esquerda” equivocados, no entanto seria uma idiotice de qualquer chefe de Estado, confundir a atitude de preocupação e desabafo de um cidadão com ato de insubordinação, desrespeito ou golpismo. Se queremos ser um pais democrata de fato, temos que apreender a ouvir os militares em suas argumentações, pois embaixo de qualquer farda também há um cidadão brasileiro com plenos direitos civis, com sonhos e esperanças de um país mais justo e soberano de fato.

Manoel Vitório

Ex deputado federal