O Caso Isabella
Quando aquela fatalidade atingiu o João Hélio e sua família, ficamos estarrecidos diante de tamanha crueldade e desumanidade por parte daqueles homens, criminosos, frios, assassinos.
Não há como compreender tamanha falta de compaixão, misericórdia e bom senso, por parte de criaturas que aparentemente, fazem parte da raça humana. Digo aparentemente, porque externamente são semelhantes a nós, mas por dentro, a anomalia, o distúrbio de personalidade, a descaracterização como gente, é completa, total e irrestrita.
Agora, nos deparamos com um outro caso, semelhante e diferente, paradoxalmente. Semelhante ao caso do João Hélio, porque outro ato de violência foi cometido contra uma criança. Ao mesmo tempo diferente, porque não foi cometido por um grupo de desconhecidos, desfavorecidos pelas condições impostas pela desigualdade da sociedade. Ao que tudo indica, tendo em vista a investigação feita até agora pela polícia e diante dos fatos, os quais não podem ser refutados, violência essa cometida por pessoas próximas, pessoas que deveriam estar sim, zelando pela sua segurança e pelo seu bem-estar.
É claro, não falamos sobre os mais diversos casos que acontecem contra as crianças todos os dias, nos mais diversos pontos do país e do mundo, das mais diversas formas. Se formos analisar profundamente, o coração não aguenta. É dor demais. É desumanidade demais. É o fim, realmente.
Ainda resta uma esperança, esperança que repousa no interior daqueles que se indignam com tais casos e se levantam para dizer, basta! Chega! É hora de ser feita justiça, a despeito de qualquer coisa.
Segundo investigação policial, uma fibra encontrada na roupa do pai de Isabella pode ser da tela que foi cortada, pela qual a criança foi atirada. "Pode ser" é apenas uma suposição. Neste caso, o povo exige certezas, provas concretas.
Somos pais e mães conscientes, cientes do mundo em que vivemos, no qual já é uma benção quando nossos filhos saem e voltam em paz, em segurança.
Não podemos nos calar, nem aceitar que tal caso caia no esquecimento ou no marasmo.
Isabella tinha uma vida pela frente. Uma menina brilhante, com todo o direito a vida, direito esse que lhe foi tirado da pior forma.
Quantas Isabellas serão necessárias para que as leis sejam modificadas? Quantos casos como os do João Hélio, e outros tantos, poderão comover nossos governantes, provando que é hora, aliás, que passou da hora da tomada de uma atitude rigorosa em relação a determinados crimes?
Que a ida dessas crianças não tenha sido em vão e que em nossos corações não desfaleça a esperança de que a justiça será feita, se não pelos homens, por Deus, que não falha jamais.