Análise do Jornal São Paulo faz escola
O Jornal implantado pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo tem como proposta principal analisar, com base nos resultados apresentados pelo SARESP de 2005 (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) fundamentar uma reflexão sobre os resultados obtidos e promover atividades que garantam a consolidação das habilidades de leitura, produção de texto e matemática, no desenvolvimento de capacidades comuns através de participação, interação e envolvimento do aluno partindo do que ele já conhece, aprofundando, transformando e sistematizando idéias e conceitos importantes.
Os dados divulgados pela Secretaria de Educação, são preocupantes! Na Diretoria de Ensino de Americana, que abrange os municípios de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste, foram avaliados pelo SARESP 2007 em Língua Portuguesa e Matemática mais de cinco mil quatrocentos e vinte seis alunos distribuídos em quarta, sexta e oitava série do Ensino Fundamental e terceiro ano do Ensino Médio. Desses dados apresentados, 12,4% dos alunos de sexta série encontram-se abaixo do básico em Língua Portuguesa, 42,3% estão encaixados no nível básico, 40,4% são adequados para a série e somente 4,9% estão em nível avançado. Na oitava série, 15,5% encontram-se abaixo do básico, 46,3% são do nível básico, 29,0% estão adequados e 9,3% são considerado nível avançado. No Ensino Médio os dados estão ainda mais gritantes, 34,9% estão abaixo do básico, 41,0% encontram-se no nível básico, 23,1% são considerados adequados para a série que cursa e somente 1,1% são considerados avançados.
Os dados e definições do que o aluno sabe e o que não sabe preocupa e soa um alarme, soa a sirene da incapacidade com que nossos alunos estão sendo aprovados de uma série para outra. Por isso nos primeiros quarenta e dois dias de aulas deste ano letivo, a Secretaria implantou um jornal a ser trabalhado pelas mais de cinco mil escolas estaduais, sendo um ponto fundamental na implantação da “Nova Proposta Curricular” que vai igualar os conteúdos trabalhados em todas as escolas estaduais, o que ensina em determinada escola estadual de Fernandópolis no interior paulista será o mesmo conteúdo ensinado em uma escola estadual de Diadema, na grande São Paulo, consequentemente surgirá dessa “Nova Proposta” um sistema de ensino apostilado adotado nas escolas particulares.
A idéia é boa, é louvável porque trabalha em cima das dificuldades do aluno, apresenta variedades de textos, exigindo assim a leitura por parte dos discentes que não estão com hábitos de leitores e sua consciência encontra-se contaminada pelo ridículo pensamento de ser importante apenas a freqüência escolar e não as notas que lhes são atribuídas pelas avaliações feitas pelos docentes, então para que avaliar? Para que perder tempo se a mentalidade do discente está poluída e legalmente amparada pela legislação que escancaradamente o chama de incompetente!
O desenvolvimento de competências, especialmente a de leitura e interpretação traz para os alunos a possibilidade de lidar com as informações, propor problemas e soluções, fazer intervenções, elaborar conceitos, generalizações e princípios inerentes ao processo de conhecimento. Considera-se importante ainda desenvolver competências associadas a princípios éticos que tomem como ponto de partida à defesa da vida, a justiça social e a prática da solidariedade. O conjunto dessas competências expressa, de fato, a dimensão da participação do aluno que é um dos conceitos centrais nas propostas de reformas do ensino após a promulgação da nova LDB.
Uma das grandes finalidades da escola, na perspectiva de formação para um exercício mais pleno da cidadania, é possibilitar que os alunos participem mais efetivamente de diferentes práticas sociais que envolvam a leitura e escrita.
Um diferencial do jornal é trazer textos e/ou atividades para todas as disciplinas, inclusive Língua Estrangeira Moderna (Inglês), Educação Física e até Arte. É um material rico, a começar por trazer atividades de Inglês quando não tem sequer livro didático na rede pública, o jornal propõe aulas diferenciadas, apresentando inclusive a canção “Pela Internet” do cantor e compositor Gilberto Gil, sugerindo atividades de compreensão e interpretação da música.
É importante ressaltar que não houve menção alguma de verbo to be ou quaisquer outras regras gramaticais da língua inglesa, fugindo assim das tradicionais aulas monótonas de inglês onde muito conteúdo era apresentado e pouco digerido pelo alunado.