A VIDA AGITADA E A DIMINUIÇÃO DO DESEJO SEXUAL
Temos um colega que reage a qualquer abordagem de assuntos já mastigados, com a expressão: "Isto é mais velho que evacuar de cócoras!"; o evacuar é dito noutro termo, mais escrachado.
Não abordaríamos o tema acima, com banalidades, dignas de ouvir dele a expressão. Pelo contrário, aprofundaremos, mostrando aos leitores porque e como isto se passa.
Com o aumento da correria, face à crise financeira mundial, uma sensação de impotência para resolver estes e outros problemas decorrentes, leva o indivíduo a um estado de angústia, que se manifesta por preocupação crônica, perturbações do sono, irritabilidade, esquecimento fácil, sensação de um presente sem sentido e um futuro sem esperanças.
Aos poucos, esta angústia causa mal estar físico, com alteração do funcionamento da química cerebral, que por sua vez altera uma glândula ligada ao cérebro, a hipófise, que é considerada a mãe de todas as glândulas hormonais do nosso corpo. Uma vez perturbada, ela pode alterar a tireóide, o pâncreas, as supra-renais, o metabolismo do fígado, os testículos e os ovários.
Ao acontecer isto, o corpo se desgasta, a digestão e o metabolismo se alteram, o cansaço se acentua e desaparece o desejo sexual, na maioria das pessoas. Pode ocorrer o contrário: excesso de vontade sexual, mas também, será um prazer insatisfatório, com sexo mecânico, sem recompensa.
Muitos casamentos se perdem nestes casos, levando ao afastamento do casal, que se torna irritadiço, retrucante, ranzinza.
Com o desamor, o sexo, mesmo que tentado, não é obtido, ou passa a exigir um grande esforço fantasioso, causando muitas vezes raiva nos parceiros ao final.
A sociedade contribui com este desacerto, criando as mulheres aparentemente tolerantes, mas insatisfeitas e por fim implicantes. A sua passividade aparente, impede a discussão do relacionamento e não raro, fazem greve de sexo, nas poucas vezes em que são procuradas.
O homem, por sua vez, ignora a psicologia feminina e tenta compreender a mulher com base nos pseudo-relacionamentos que teve, onde as parceiras, ou estavam só interessadas na transa, ou fingiam satisfação, mesmo que tratadas como objeto de prazer. Assim, ele crê que a mulher tem a obrigação de satisfazê-lo, quando ele quiser. Aí, haja dor de cabeças!...
O mais interessante é que este quadro de caos, acontece em todas as camadas e é pior nas mais elevadas, onde o grau de escolaridade é melhor. Cultura inútil!
Em termos do ideal, bom seria que os dois se integrassem, sem antropofagia, onde um dois dois domina. Todos nós conhecemos casos em que isto ocorre, onde, mesmo sem serem parentes, eles acabam por se parecer até fisicamente.
Discutir e ajudar a entender a relação no casamento, faz com que um apóie o outro, sem assumir o papel alheio, mas com amor, aprenda e ajude a solver os problemas. Isto torna a carga mais leve e a gratidão aprofunda o relacionamento com respeito.
Contudo, não basta escrevermos isto, e tudo se resolve. É preciso que as pessoas não sejam ingênuas e creiam que basta querer e tudo será diferente. Para se obter este sucesso, é preciso ser criado em lar sadio, onde os pais demonstrem com gestos, tais ações sadias. Se forem, pelo contrário criadas em ambiente tenso, a tendência será reagir igual ao acostumado. Não se trata de ter a intenção, mas de compreender que seu mecanismo de reação incorpora uma insegurança, por carência de afeto e na busca, a tendência é achar outro carente, que também estará à espera de receber, para provar que é amado. A qualquer deslize do outro, surgirá um sofrimento descabido, difícil de ser esquecido.
Diversas religiões buscam ministrar cursos de casamento. Conheço alguns destes professores, bem intencionados, mas que vivem mal, mas procuram falar do que gostariam de ter achado no casamento e mostram ser um excelente conselheiro. Muitos amigos que fizeram estes cursos, relatam que é uma espécie de preparatório para a paciência e tolerância, que indubitavelmente, irá acabar, se não ensinarem-se a estes iniciantes, a terem prazer sexual, o conversar sem rancor, a buscar compreender-se e ao outro.
Temos amigos advogados, onde, procurados para um divórcio, sugerem antes uma consulta com alguém da área psíquica, pois percebem que o casal, ainda não achou o seu caminho.
Se separados e tentarem buscar outros parceiros, se tiverem uma formação carente afetiva, tornarão a achar parceiros errados. e o problema persistirá. às vezes conseguimos identificá-los analisando a história familiar, em até quatro gerações de infelizes.
Para estes cabe a historieta, contada por um sábio observador, cujo nome desconheço: Um lindo príncipe louro, montado em seu corcel branco (já o fabricavam no tempo das lendas?), dirige-se ao palácio de uma linda princesa também loira.
Após quatro dias de sacolejos (feixe de molas quebrado?), adentra o pátio do castelo e vendo a princesa em sua sacada, lhe dirige as seguintes declarações: _Oh, linda princesa deste maravilhoso e rico reino (golpe do baú?), depois de uma jornada de quatro dias, com o coração saltitando, venho pedir sua mão em casamento. Vossa Geraça aceita tal pedido? A réplica veio a galope: _ Nâo, lindo príncipe loiro, estou bem assim, solteira!
O príncipe dá para tráz em seu transporte maravilhoso, volta para seu castelo há quatro dias de nova jornada e...
... Viveram felizes para sempre!
Embora goste de tornar a desgraça alheia mais palatável, acho que quem sofre e se contenta com o sofrimento, sem buscar resolver logicamente seu problema, merece tal sofrimento.
Portanto, MEXA-SE, se for este o seu problema!
Felicidades!
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Se estiver interessado, leia também: CURSOS E PALESTRAS - Pergunte ao Doutor - 12 em:
http://www.recantodasletras.com.br/autores/drmarciofunghi/T1132583
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