O PRESENTE DE JOELHOS AO FUTURO...

Final do dia, e o stress global da cidade de São PAulo nocauteia a todos.

Paradoxalmente, uma cidade cuja velocidade de crescimento talvez seja uma das maiores do mundo, está totalmente parada.

Ninguém mais circula por aqui.

É indiscutível que já a um bom tempo, a cidade virou um canteiro de obras, e não poderia ser diferente, pois como todos sabemos a frota de autómóveis excede em muito a capacidade viária da cidade.

Então, num curto espaço de tempo, é construção de vias para todos os lados!

Pontes, viadutos, corredores expressos de ônibus, metrô.

Ocorre que a situação é tão crítica , que basta um pingo de chuva para o que não anda, andar menos ainda, principalmente se a ocorrência for a que vimos hoje, quando um bloco de concreto se desprendeu duma ponte em construção, sobre uma pista de alto fluxo.

A cidade parou!

Fiquei boquiaberta com a cena do vídeo, porque milagrosamente não havia automóveis por ali naquela hora, e se houvesse , uma tragédia teria se repetido como àquela última que ocorreu nas obras do Metrô, há pouco mais de um ano.

Mas esse risco não seria previsível e evitável pelos profissionias da construção?

Pergunto como leiga e como cidadã nativa da cidade:Por que, a título de não se correr tal risco, o tráfego não foi interrompido até a conclusão da ponte que desabou?

Muito provavelmente porque não se tem mais como imterromper as vias por aqui.

As obras acentuaram o imenso caos que já existia no trânsito de São PAulo.

E fazê-las é mais que necessário, porém é mister continuar vivendo!

Nos últimos meses perdemos abruptamente a qualidade de circulação seja para onde for e o que é mais incrível, em qualquer horário!

Há trânsito até durante a madrugada! Com ou sem rodízio.

Na minha humilde opinião o rodízio só incentiva o crescimento da frota, ainda mais agora com a facilidade de se comprar automóveis financiados pelo tempo de vida útil do bem, ás vezes maior que o do Homem...

Já não conseguimos discernir qual é a hora do dia, guiando-nos apenas pelos antigos picos de tráfego da cidade.

Há um claro impasse a se resolver: Ou se garante o fluxo futuro parados no asfalto do presente, ou se continua paralisado no presente, sem se garantir o fluxo futuro.

Um problemão para o super prefeito das obras.

O fato é que dá até medo.

Para onde se olha temos a impressão que algo vai se abrir no chão ou desabar sobre as nossas cabeças!

E eu que ainda pensei que os cabos da ponte estaiada iriam ser retirados...no final da obra...agora estou mais tranquila em vê-la "bem"

suspensa.

Aos meus olhos de cidadão, esse é o alto preço que pagamos pela falta de investimento viário que se viu em São Paulo nas últimas décadas.

E por algumas obras que aqui ficaram famosas, por ligarem o nada à lugar nenhum...