"olha aqui ó... não é por nada não"...
AMIGOS E AMIGAS...
"olha aqui ó... não é por nada não"...
Ontem, fez 1 ano que Blumenau e
Santa Catarina perdeu um grande
e bem humorado personagem...
saudades de suas colunas
engraçadas no jornal Santa Catarina JSC...
fica aqui uma pequena homenagem...
Era meu amigo de infância, em Blumenau.
Foi publicitário de empresário na área de restaurantes
(Botecos, como dizia ele...).
Aqui em Joinville, por uma
ano de a "Aldeia"...
no Shopping MÜLLER...
Perdeu muita grana por aqui,
mais de $100.000 dólares...
Mas era sempre bem humorado.
Certa ocasião, falei com ele e
ele me disse que estava triste
e era péssimo administrador.
Perguntei, preocupado, qual o motivo...
Ele disse, pois olha, casei 9 vezes,
tenho filhos em diversos casamentos,
e ontem, fiz aniversário e
convidei todas minhas
ex-mulheres e meus filhos.
Somente uma não veio...
Todas estavam contentes e
uma não apareceu, que tristeza... (Rs!)
... Era uma figura ímpar...
Como diria o Horácio.......
"olha aqui ó... não é por nada não"...
...
Na Oktobefest ele era um personagem
típico e muito reconhecido
em Blumenau e região.
Saudades deste meu amigo
e amigo de muitos e muitas....
rs!
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Cronista do cotidiano, agitador cultural e eterno sonhador, Horácio Braun morreu sábado, aos 57 anos
Jornal de Santa Catarina
Blumenau acordou mais triste no domingo.
O jornalista Horácio Braun morreu às 20h15min de sábado,
em decorrência de uma diverticulite
e um câncer pulmonar no Hospital Santa Catarina,
onde estava internado desde fevereiro deste ano.
Nascido em Blumenau há 57 anos,
ele deixa a esposa Isabella e os filhos Luiz Gabriel, 10,
e Horácio Braun Jr., 35, fruto do primeiro casamento,
com Abigair, além do neto Thales, com 26 dias.
O próprio colunista pediu para que não fosse realizado velório:
queria que esse momento não fosse celebrado com tristeza,
mas com alegria.
O corpo foi cremado no final da manhã de ontem,
em Curitiba (PR). Antes de morrer,
Horácio disse que desejava que suas cinzas fossem
jogadas no Rio Itajaí-Açu, símbolo
maior da cidade onde nasceu e viveu.
Filho do Bairro da Velha, em Blumenau,
o colunista do Santa que comemoraria
58 anos no próximo dia 13 de junho já dava s
inais durante a infância do caráter descontraído
e alegre que marcou toda sua vida.
Era ainda adolescente quando começou
a trabalhar na imprensa blumenauense.
Na época, andava pelas ruas da cidade
com uma lambreta para fazer as coberturas jornalísticas.
Trabalhou como cinegrafista, redator, radialista e cronista.
Embora tenha sido um dos calouros a
ter a cabeça raspada ao ser aprovado na Furb,
não concluiu o Ensino Superior. Nem foi preciso.
Atuou nos principais veículos de comunicação da cidade.
No Santa, contribuiu durante 31 anos,
escrevendo colunas e dando dicas de
elacionamento nos cadernos de verão e Oktoberzeitung.
Criou tiras em que era o principal personagem,
com a sugestiva companhia de uma aranha,
uma perereca, uma cigarra ou um caracol.
Para quem sempre foi reconhecido por amar demais,
tanto a vida quanto os amigos e a família,
não poderia haver dia mais propício para o seu nascimento.
Filho de Jorge e Laura Braun,
foi casado por duas vezes e teve cinco irmãos.
Horácio Antônio Braun, era esse seu nome completo,
nasceu no dia de Santo Antônio.
- Rir e amar são as melhores coisas da vida - resumiu.
Além das piadas e mensagens registradas
nas páginas do jornal, Horácio Braun ainda participou
de uma lista de iniciativas pioneiras na cidade.
Foi ele quem inovou a técnica de percussão em Blumenau.
Junto com o amigo de longa data Ingo Penz,
criou a Bierfahrrad, a primeira bicicleta da cerveja
da região do Vale, e a Choppmotorrad,
a motocicleta que distribui chope e alegria em outubro.
Além disso, foi um dos idealizadores
do Stammtisch de Blumenau.
Horácio montou e desmontou bandas.
Tocou com os grupos Jaz em Paz e o Amanhece Bom Jesus.
Foi autor, entre outros livros,
do Kit Show do Bom Humor e do Amor,
uma caixa de surpresas lançada em 2000,
com piadas, ilustrações e o calendário do sexo
com 365 posições diferentes.
Um kit para quem gosta de rir e amar,
as melhores coisas da vida para ele.
Não há como negar também o lado boêmio deste
que foi um dos maiores cronistas do cotidiano blumenauense.
Entre os inúmeros bares que já teve,
como o Botequim da Vila e o Bistrô 69
(hoje Botequim Colonial 69),
um deles deixou muita saudade
entre os candangos e políticos freqüentadores do Anexo 51,
em Brasília.
Em outro boteco, o Fala Brasil,
o guru da página 2 do Santa conseguiu trazer grandes
nomes da música brasileira para Blumenau,
como Fafá de Belém e Renato Borghetti,
sendo que com este último, inclusive,
chegou a tocar algumas vezes.
No livro Pequeno Dicionário de Humorismo,
escrito por Newton Gomes,
Horácio dividiu espaço nas páginas da publicação
com nomes como Millôr Fernandes,
Jô Soares e Bussunda.
No verbete, uma síntese elucida sua criatividade:
Horácio subverte o senso comum i
nventando soluções nunca antes imaginadas.
Foi ele também quem resolveu fazer
uma festa de Réveillon para 500 pessoas em 31 de julho 1988.
Sempre irreverente, o humorista resolveu acabar
o ano antes por considerá-lo muito ruim.
Ganhou destaque no jornal americano The New York Times
e capa do Jornal O Estado de S. Paulo pela façanha.
Uma passagem por Paris, outra pelo Caribe.
Um esconderijo improvisado e regado a vodca e Hi-fi
na casa de um amigo ou ainda uma tocata,
por engano, num velório.
Quantas histórias e aventuras podem ser
encontradas no mundo mágico
do gênio do humor catarinense Horácio Braun?
Irrequieto, nem mesmo as internações no hospital
conseguiram derrubar seu bom humor e impedir
seu desejo de continuar as colunas no
jornal nos últimos tempos.
Horácio preparava mais dois livros,
o Dicionário do Blumenauês e
uma coletânea com as melhores mensagens
diárias publicadas no Santa.
Uma boa gargalhada, uma batida de batuque
ou um copinho de cerveja com os amigos.
Simples atos, mas de grandes significados na vida.
Para Horácio, que viveu intensamente,
seu brinde predileto:
tim-tim, saúde, paz, amor,
felicidade e viva a vida!
FONTE:
http://joelcandidodasilva.blogspot.com/2007_03_26_archive.html
,,,
UM GRANDE CAMARADA
No espaço de um mês, Blumenau
perdeu duas de suas figuras mais marcantes: a jornalista Ula Weiss e o... jornalista,
humorista, publicitário, colunista,
bon vivant, relações públicas, embaixador, festeiro número 1... Sim, Horácio Braun.
Morreu ontem à tarde, depois de dois meses no estaleiro.
Vamos dizer que Blumenau sem Horácio
será uma cidade sem identidade,
sem alguém que, de pronto,
sirva de referência e símbolo,
uma espécie de Vovô Chopão
(símbolo da Oktoberfest) real.
Horácio era para a loira Blumenau
o que Aldírio Simões era para Florianópolis,
um diplomata, alguém que tinha a
capacidade de “introduzir” o visitante à cidade verdadeira, aos botequins,
rodas de música e de papo, cultura e alegria.
É interessante esse paralelo.
Até porque Horácio e Aldírio
se conheciam e, de vez em quando,
se encontravam, trocavam idéias e
esgotavam barris de chope no
mercado público de Florianópolis.
* * *
Desde a terceira Oktoberfest, em 1985,
Horácio Braun participava da Choppmotorrad, uma motocicleta Java, 1951, de 250 cilindradas,
que foi adaptada pelo fotógrafo Ingo Penz
e carregava um barril de chope de 30 litros.
Dizem que nestes 20 anos a moto,
com Ingo no guidão e Horácio no side car,
percorreu mais de 50 mil quilômetros e
distribuiu mais de 20 mil litros de chope
gratuitamente, tornando-se um
dos símbolos da maior festa blumenauense.
* * *
Quando fui morar e trabalhar em Blumenau,
em 1989, me senti um peixe meio fora d’água.
Não me adaptei muito fácil ao clima da cidade – o blumenauense é meio arredio ao “estrangeiro”,
mesmo que esse estrangeiro tenha um sobrenome alemão e seja também catarinense.
Quem me ajudou a quebrar o gelo
foi o amigo e jornalista Artur Monteiro,
que tinha um boteco numa galeria comercial,
para onde nos dirigíamos quase todas as noites.
Foi lá no boteco do Artur que recebi,
de viva voz, as boas vindas (o wilkomenn)
de herr Horácio Braun.
Era impossível não se encantar
com aquele alemão batata,
divertido, alto astral,
otimista e amigo de qualquer hora.
* * *
Confesso que comprava o
Jornal de Santa Catarina aos domingos
por uma questão de hábito.
Os R$ 3,50 seriam um desperdício total,
não fosse a coluna semanal do Horácio,
de grande senso de humor e vivacidade.
Agora que não tem mais a coluna, adeus Santa –
não sobrou quase nada de
interessante para se ler no veterano jornal blumenauense.
* * *
Se eu fosse definir o Horácio Braun diria,
neste momento de dor, a síntese
do que eu pensava dele:
um grande camarada.
FONTE:
http://carlosdamiao.zip.net/arch2007-03-25_2007-03-31.html