Milagre, uma palavra que incomoda alguns

Muitas vezes alguns procuram levantar duvidas sobre os milagres seja aqueles que são atribuídos a Deus, seja aqueles que são atribuídos a Jesus. Não conseguem aceita-los, buscando as mais variadas formas de interpretações.

É comum aqui, acolá minimizarem tais acontecimento apregoando a um contexto de época, a falta de conhecimentos contemporaneamente esclarecidos. Percebemos também, que estas respostas acabam sendo ditas segundo a ideologia social de quem procura responder.

Quero entrar um pouco dentro deste assunto, pois, vejo que temos que fazer certas observações. Para iniciar quero voltar ao livro de Jó, um livro que não é histórico, um romance que tem um conteúdo imenso de sabedoria. Um livro que deveria ser lido por aqueles que não acreditam na existência de Deus, mas que tem um desejo de querer acreditar Nele.

Quero usa-lo como referencia uma pequena passagem até mesmo sem citar os textos.

Num determinado momento Jó entra numa crise existencial e cai na fraqueza que questionar ou mesmo duvidar de Deus. Neste momento, Deus, se releva a ele, levando a refletir o universo, o homem. São vários capítulos de perguntas e exclamações que Jó não tem outra atitude senão a de curvar diante de Deus, pedir perdão exclamando (“42,5”) Te conhecia só de ouvir. Agora, porém, meus olhos te vêem.

Este texto foi escrito a centenas de décadas antes de Jesus, mas podemos traze-lo para hoje.

Olhando a perfeição da natureza, como tudo se sincroniza! Será que esta sincronia não é um milagre? Vejamos as frutas, cada uma, um sabor diferente, trazidas seus polens pelo ventos, por pássaros diversos em tempos diferentes! Isto não seria um grande milagre? Observamos os cantos dos pássaros, cada um mais belo que outros! Como acorre todo o processo da criação, não seria um grande milagre? Observamos os animais, cada um com um formato, como sobrevivem, como se alimentam, cada um com suas características individuais! Será que não há um grande milagre aí?

Vamos para o Ser Humanos, aqui sim podemos nos maravilhar com inúmeros milagres. Como se dá a fecundação. Milhares de espermatozoides e somente um que fecunda o ovulo gerando uma nova vida! Como é a anatomia do Ser Humano! Este não seria um grande milagre?

O psiquismo humano, uma caixa preta que o homem, não consegue atingir conhecimento nem de dez por cento dele, e vejamos a maravilhas que o homem pode criar. A inteligência, o livre arbítrio. Não podemos aí também perceber um grande milagre?

Quem seria capaz de perdoar uma pessoa que lhe fizesse grandes males, agindo com violência física, agressões verbais! Quem seria capaz de perdoar uma traição de uma pessoa amada? Será que esta atitude do perdão não podemos considerar um milagre?
Se olhamos em cada detalhe e refletirmos, de maneira filosófica poderemos chegar a conclusão que a existência humana não consegue ser respondida de maneira racional.

Que nunca encontraremos uma resposta exata ou racional para cada detalhe. Ainda que a encontramos, perceberemos que existe algo a mais que não consegue ser respondida. O equilíbrio da natureza, a perfeição do ecossistema.

Diante de tantos milagres envolto aos nossos olhos, há como duvidar de alguns simples! Como Jesus andar sobre as águas? De Jesus a partir de um pão alimentar milhares? Que Jesus através de algumas palavras dar vida á um morto a dias? De Deus, Ele o autor da vida quiser se encanar numa mulher?

Milagre é um fenômeno que não se explica. É o fenômeno do fenômeno. O grande milagre é a humildade de não se achar a altura de desafiar Deus, imaginando que pode explica-lo, com a racionalidade humana.

Finalizo, dizendo que, não querer ou não acreditar em Deus, é ser alguém extremamente desapercebido do mundo em que vive. É estar mergulhado num egoísmo tão profundo de não conseguir enxergar a si próprio.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 27/12/2005
Reeditado em 28/12/2005
Código do texto: T91048