Voando até o palanque
Índices dengosos
A prática comum das autoridades é aumentar um fato quando isto lhe traz lucro político e reduzir o mesmo quando a perda de prestígio está por um triz.
Ainda não terminamos março de 2008 e a imprensa anuncia os números “oficiais” da dengue no Rio: 28 mortes e 19.000 casos sem maiores danos.
O cardiologista de minha sogra trabalha num hospital municipal e nos revela que estes números são de 8 a 10 vezes menores que a triste realidade. O corpo médico está “orientado” a diagnosticar os casos mais leves como “virose” para que a planilha não exiba a decadência desta área tão doente e maltratada.
É com esta fórmula que manipulam os índices de”queda” da inflação, crescimento da economia e da elevação do PIB.
Certamente a população urbana com seus hábitos relaxados contribui para que os mosquitos se multipliquem em todos os bairros em escala logarítmica.
Algo que poderia ser minimizado se as autoridades do setor fossem cobradas pelo Prefeito e pelo Governador no sentido de estar orientando os desinformados desde os últimos 10 anos. No entanto, é mais cômodo acusar a gestão “anterior” por não ter tomado tal iniciativa. E o povo já descrente com seus dirigentes, observando a falta de limpeza de mangues, riachos e esgotos (as verbas vão para o ralo), continua fornecendo os elementos que enfeitam o cenário onde 300 novas larvas desabrocham a cada hora do dia.
É o típico comportamento do “suicídio” coletivo que brota das mentes anestesiadas sem capacidade de visualizar a “bomba” implantada a cada esquina da cidade.
O pior é que cada mosquito servirá de degrau no trampolim da propaganda eleitoral do próximo pleito. E os adeptos do Big Bobo Brasil baterão palmas aos dedicados e “bem intencionados” candidatos.
Referendo de sucesso será o que permitir expurgo no Congresso.
Haroldo P. Barboza – Matemática e Recreação pedagógica (qualquer idade)
Autor do livro: BRINQUE E CRESÇA FELIZ!