ARTIMANHAS DAS OPINIÕES.

O idiota presunçoso forma

opinião de maneira imediata

e espontânea, com base numa

quantidade ínfima ou nula

de conhecimentos.

Olavo de Carvalho

Uma das coisas mais fáceis hoje em dia, no meio acadêmico, é nos depararmos com aquela figuraça conhecida por “idiota presunçoso”. A marca essencial do dito cujo é impressionar incautos pelo viés, é lógico, da ARTIFICIALIDADE. Logo, aparenta ter opinião pessoal quando a mesma não vai além de um jogo de impressões difusas.

Se uma mente crítica esbarra com um dos tais e o leva a mostrar onde se formam suas opiniões, sobretudo as tidas como inabaláveis, como diz Carvalho, “literalmente, ele não sabe por que nem como veio a pensar como pensa”. Destarte, anda por aí improvisando algumas justificativas, às vezes, coitado, até bem intencionado. Vive numa espécie de reino do faz-de-conta no qual vai se arrastando presumindo ser sólido e acima de tudo coerente.

Não é fácil a convivência com gente desse gênero (se estiver sob mantos de titulações, Deus meu!). Projetar e racionalizar são outras características bem presentes no “idiota presunçoso”. Se determinada opinião não estiver conforme suas idiossincrasias, é batata, atacará (geralmente de forma covarde) imaginando que todas são formadas como as suas. Ou seja, “da preferência emocional para o julgamento dos fatos, nunca o contrário”. Seu complexo de inferioridade acaba gerando uma série de mentirarias, de inverdades, de ilusões. Imagine você se esse tipo vai dar num grupinho que lhe sedimente as opiniões (tudo numa rede de interesses os mais deslavados)! Essa cambada, quando acossada, reage parindo conceitinhos os mais reles, espalhando fofocas, criando futricas, numa tresloucada e patética tentativa de conforto psicológico, ou melhor, psicanalítico.

Os “idiotas presunçosos”, em síntese, “acreditam no que conseguem dizer pelo simples fato de que não saberiam dizer outra coisa”. Por isso são cínicos (não raro boas-praças), são repetitivos, procuram fazer circular um rol de bobagens, de tolices, de nhenhenhéns à espera matreira de que outros indivíduos do mesmo naipe intelectual ou ainda menor se impressionem e também se iludam supondo saberem do que estão falando.

Basta de farsa, chega dessa nefasta assimilação em detrimento daquele esforço sério e percuciente das coisas. Não há, no fundo, opinião sem “violência”.