Humano: ser em evolução?

Em consciência coletiva, porém de interesse de grupos restritos, a discrepância acerca da evolução humana permeia discussões pacíficas, e mais acentuadamente ferrenhas, sobre nossa real origem e nosso caminhar ao fim por conta de uma guerra mascarada entre dois exércitos de potências e embasamentos teóricos bastante elevados, quais sejam; ciência e religião.

Passando pelos escritos contidos na Bíblia Sagrada, donde somos todos tidos como “irmãos”, “filhos” de mesmos pais, seja nos planos carnal e/ou espiritual (ao menos assim afirmam...), e navegando pelo mar de descobertas e conhecimentos dos teóricos da evolução, como o inglês Charles Darwin que, além de ter defendido a tese de que o meio em que se vive seleciona os seres mais aptos e elimina os menos dotados, conseguiu polemizar sua época com a afirmação de que os seres humanos descendiam do macaco, fazendo com que os conservadores protestassem contra as considerações dele pelo fato de não admitirem que nossos ancestrais fossem animais (e o que somos?). Desde então, a raça humana trava uma batalha entre si e consigo mesma. Essa guerra não desperta e também não reprime, ou seja, constrói seres passivos, indiferentes à necessidade de almejar um futuro de mais valia, pois se tem na busca do eterno alcance das aspirações um castrar das mudanças de conduta, as quais são de enorme relevância à evolução do ser, e que fique claro, não como a espécie que Darwin apontava, mas seres sociais não entregues aos vícios da alma, que, bem mais que os do corpo, degradam e impulsionam a raça humana à lama existencial.

Para tanto, vistos tais pontos, tornam-se necessárias algumas considerações no que diz respeito ao gosto amargo da traição, não sobre a questão da fidelidade dos casais enamorados, e sim de uma traição moral do indivíduo social para com a sociedade como um todo e também fragmentada (que se trata das esferas de relacionamentos íntimos). A referida traição por sua vez, remete a um ponto anterior a este, que cita os vícios da alma e do corpo. Contudo, seguindo a linha de pensamento traçada, a traição se dá por intermédio dos vícios da alma, os quais são facilmente encontrados em quaisquer que sejam os níveis ou classes sociais que formam as sociedades contemporâneas. Esses vícios são vistos pela(s) igreja(s) como pecados. Em contrapartida, noutros segmentos sociais, a gama de conceituação é de considerável extensão, desfilando de desvio de caráter, passando por degradação moral e abarcando no de total desregramento social.

Talvez no leitor um questionamento tenha surgido: “Qual a relação desses tais vícios da alma com a introdução deste que fala da evolução humana?” É fácil perceber que o humano como ser social vive em constante guerra pela sobrevivência, e por tal situação, necessita de estratagemas para se manter na vertical e não permitir que o outro (ou outros) lhe tomem a frente.

Portanto, da evolução do ser-matéria até a evolução do ser-espírito existe um elo inerente e de extrema proximidade, tanto que se pode basear-se na máxima “mens sana in corpore sano” para buscar um estreitamento da evolução de Darwin, que fala do ser-matéria, com a questão dos vícios da alma, que nada mais são que uma personificação do ser-espírito. Em suma, os vícios que se falou referem-se a nossos eternos conhecidos como a inveja, ganância, ódio, arrogância, mentira, prepotência, dissimulação...enfim, todas as não virtudes do humano enquanto ser social. Visto isso, para findar, deixa-se então um questionamento para eventual reflexão.

“Tendo o ser humano todas essas tendências contrárias às virtudes, acredita o leitor que está o humano em evolução (enquanto ser social) ou caminha a passos largos para a extinção, ou sendo otimista, rasteja para uma estagnação que perpetuará por gerações?”. É relevante pensar!

Gimi Ramos
Enviado por Gimi Ramos em 14/03/2008
Código do texto: T900293
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