Pecados Capitais
A lista de pecados capitais, divulgada como acrescida nos últimos dias, segundo alguns, tem a finalidade de contextualizar-se à realidade dos pecadores modernos e pós-modernos. Isto soa para mim como aumentar os sinais de transito em nossas ruas e rodovias brasileiras, as quais, já sinalizadas, não impedem os desvios de comportamento dos transeuntes, sejam eles pedestres ou motoristas.
Listar novos ou antigos pecados não resolve o problema do homem pecador. Digo isto porque a pergunta básica da existência em relação ao pecado, ou aos pecados que cometemos, seria: O homem é pecador porque peca, ou peca porque é pecador? Pra responder isto teria que pensar mais ou menos assim, um limoeiro dá limões porque é limoeiro ou é limoeiro porque dá limões? Na realidade uma árvore frutifica segundo a sua espécie e seu dna básico. Por isto o abacateiro não pode gerar limões. Assim também o ser humano peca porque é pecador.
Mas não foi sempre assim. Quando Deus criou o ser humano, fez isto dando-lhe inocência e pureza, colocando nele a Sua imagem e Semelhança. Ao escolher a desobediência ao princípio estabelecido por Deus, comendo do fruto proibido ( que não era o sexo, como pensam alguns), o homem fez a sua declaração de independência e decaiu do estado original como havia sido criado. A isto chamamos de queda humana.
O propósito eterno de Deus em nos criar está em que sejamos filhos e filhas, semelhantes ao seu Filho Jesus. No entanto, Adão e Eva passaram à humanidade posterior, aos filhos que procederam dos seus lombos, o pecado e suas conseqüências. Neste sentido nascemos contaminados por uma natureza conhecida como natureza pecaminosa, mais vulnerável e tendenciosa a pecar. Pecado significa errar o alvo de Deus para as nossas vidas, e aqui está o pior de todos os erros, querer combater os pecados e não resolver o estado de pecador do ser humano. Seria como combater uma infecção potencialmente destrutiva, usando placebos ou analgésicos que aliviem os sintomas patológicos.
Jesus disse certa vez: “O machado está posto na raiz...” O problema do pecado no ser humano também se resolve assim. Do coração do homem procedem as decisões e escolhas da vida, portanto aí é que o pecado precisa ser tratado. Primeiramente, entendendo-nos como somos pecadores. Num segundo nível recebendo o perdão e a restauração da Presença e do propósito de Deus em nossas vidas, na confissão dos nossos pecados ao Senhor, e na disposição de receber o Espírito Santo de Deus em nós, o qual operará esta regeneração de vida e do alvo de Deus em nós. Listas e mais listas de pecados só servirão para acusar o homem, como o diabo faz com maestria. O de que o homem precisa é da mensagem transformadora, a qual o capacita a ser como Deus planejou que ele fosse.
A mensagem evangélica significa boas novas, e estas boas novas implicam em dizer que o homem é pecador, mas Deus, por Sua graça maravilhosa, o perdoa e lhe dá o poder para ser diferente do que aquilo que tem sido. O que realmente se torna capital e decisivo está na escolha do homem em avaliar-se e dizer, eu não sou pecador e não preciso de Deus. Digo isto porque, se assim for, não há salvação para o homem e não há esperança para os que ao seu lado se colocam.