RÁDIO ANALÓGICO
RÁDIO ANALÓGICO
Diversas pessoas na época atual ainda não assimilaram a sinonímia de rádio analógico. Basicamente os rádios analógicos funcionavam com equipamentos ultrapassados para a época atual. Os velhos rádios do “rabo quente” funcionavam a base de válvulas e eram pesados para determinadas pessoas. Encerrando-se a era da válvulas vieram os rádios transistorizados, mas não deixaram a sina da analogia. As palavras usadas na língua portuguesa tiveram origem no latim e outros no grego. Analogia vindo grego (analogía), pelo latim (analogia) representam o ponto de semelhança entre coisas diferentes, a semelhança, similitude, parecença. Identidade de relações entre os termos de dois ou mais pares, semelhança entre figuras que só diferem quanto à escala e semelhança de função entre dois elementos, dentro de suas respectivas totalidades.
Alguém irá dizer que ainda falta um elo que dirima melhor o analógico. Segundo alguns estudiosos em rádiodifusão o sinal analógico é um tipo de sinal contínuo que varia em função do tempo. Um velocímetro analógico de ponteiros, um termômetro analógico de mercúrio, uma balança analógica de molas, são exemplos de sinais lidos de forma direta sem passar por qualquer decodificação complexa, pois as variáveis são observadas diretamente. Para entender o termo analógico, é útil contrastá-lo com o termo digital. Na eletrônica digital, a informação foi convertida para bits, enquanto na eletrônica analógica a informação é tratada sem essa conversão. Um exemplo de sinal analógico é o disco de vinil. O instrumento analógico consiste num painel com uma escala e um ponteiro que desliza de forma a se verificar a posição deste sobre aquela. Num galvanômetro, por exemplo, a deflexão do ponteiro sobre uma escala fornece a leitura direta de grandezas físicas, como tensão elétrica, ou força eletromotriz, intensidade de corrente elétrica, resistência elétrica, entre outras. O vinil é um tipo de plástico muito delicado e qualquer arranhão pode comprometer a qualidade sonora.
A poeira é o pior inimigo do vinil, pois funciona como um abrasivo, danificando tanto o disco como a agulha. Os Bits baseia-se na amostra digital, sendo um ponto que marca a posição da oscilação sonora num certo instante. De tanto em tanto tempo (por exemplo, num CD, a cada 1/44100 de segundo ou 0,000023 seg.) o conversor AD marca se a voltagem subiu ou desceu. Indica com um valor numérico uma variação na amplitude da onda, uma variação no sentido vertical do desenho. Os valores que devemos usar para expressar essa variação na amplitude da onda vão depender do conversor AD e do programa utilizado.
Ele pode usar uma quantidade maior ou menor de valores, o que vai interferir na dinâmica, na variação dos volumes dos sons. A quantidade de valores possíveis para indicar a amplitude em cada amostra da onda é expressa em ‘bits’. Isto porque o computador, para fazer seus cálculos, usa o sistema binário. Como temos dez dedos, geralmente usamos o sistema decimal, com dez algarismos, para fazermos contas. Com um dígito formamos dez números: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Com dois dígitos, cem números, 00 a 99; três dígitos, mil números e a cada dígito multiplicamos o total de valores por dez. No computador, um bit é um instante em que ele verifica a presença ou ausência de eletricidade e ele representa as duas opções com os dígitos zero e um. Como só dispõe de dois algarismos, 0 e 1, em um bit, o computador forma o número zero ou o número 1. Mas em dois bits, forma quatros números, 00, 01, 10 e 11, que correspondem a 0, 1, 2 e 3. Com três bits, 000, 001, 010, 011, 100, 101, 110 e 111, temos oito números, de 0 a 7. Em quatro bits, de 0000 a 1111, formamos números de 0 a 15. Cada bit a mais dobra a quantidade de valores possíveis.
Já que 8 bits permitem formarmos 256 números, o som digitalizado em 8 bits só tem 256 volumes possíveis ao longo do tempo. E a dinâmica do ouvido humano é muito mais sofisticada, conseguindo distinguir desde o bater das asas do mosquito até uma turbina de avião, som milhões de vezes mais forte. Meio complicado? Um estudo mais informatizado nos permitirá uma compreensão mais audível e satisfatória. Para entendermos melhor e fazermos um diferencial tirando nossas dúvidas, a diferença primordial entre o analógico e o digital vem das diferenças de tecnologia. A tecnologia digital é mais limpa e tem mais qualidade.
No analógico temos um rádio com som abafado, dom distorções e a comparação mais aceitável para os leigos seria fazer a diferença entre um disco vinil e um CD atual. A tecnologia digital vai melhorar a qualidade do som, dando ao AM a qualidade do FM atual e ao FM uma qualidade próxima à do CD. Com essas nuanças fica mais fácil dirimir dúvidas entre analógico e digital. O rádio analógico com o passar do tempo vai transformar-se numa radiomania, muitos deles serão cobiçados e objetos raros nas mãos de colecionadores. Alguns componentes do rádio digital poderão ser adaptados ao analógico, mas como a essência do homem é condicionar-se a tecnologia, logicamente a preferência pelo digital será em maior escala, talvez com um número reduzido agarrando-se ao analógico, pois não pesará no orçamento dos menos aquinhoados. O rádio analógico está condenado, afirma Marcelo Kischinhevsky, professor da PUC, em seu livro O rádio sem onda, da editora E-Papers.
Para o autor a convergência digital e a formação de redes transnacionais, via satélite, decorrentes da tecnologia, vem dificultando a sobrevivência do rádio analógico, aparato que em breve se tornará tão obsoleto quanto os discos de vinil são hoje. E o destino serão os museus.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ALOMERCE