E ... POR FALAR EM AMOR

O amor tem diferentes e difíceis caminhos que se alargam formando espaços curtos e espessos, é o valor da semente que refloresta e devasta os campos do coração, equilibrando os sentidos transformando as nuances das cores em profusão, serás mesmo um arco íris representando a esfera da emoção, hoje calmo a caminhar tranqüilo,ontem esnobe sem se quer olhar para o chão.

AMAR - preenche o ser o eu mais profundo dilatando os pensamentos irradiando a luz, vês que não é fácil andar sem ferir os pés, mais, mas ria dos espinhos gratuitos que ferem e desnudam cada movimento, desordenando os sentidos, evaporando as sismas misteriosas do retorno das sobras a esquivar-se das meras palavras constantemente repetidas cinicamente mais pesadas, certeiras, escaldantes. Ditoso fardo aflorando o que tocas, inversamente a paixão ambígua retratando a balança da razão, completa desconhecida desenhando na parede distante a histeria onde os verbos se confundem e se fundem em todas as conjugações, pernoita já cansada a paciência do invisível andarilho galopante sem comparação nem exigências, fazendo esboços de linhas verticalizadas sem pinturas nem métricas simbólicas.

Multiplicidades internas, infinitos personagens quiméricos, uma poliexistência no real e no imaginário habitando cada um a sua caverna de profundezas insondáveis. Idéias, sonetos e pensamentos acontecem como lampejos de tempestades furiosas nas dimensões da existência destinadas ao deslumbramento e ao êxtase do mistério, que está além do dizível, isola-se para conhecer.

AMOR - concretude enunciada pela dor, que, no entanto, sem deixar de ser dor transfigura-se no sublime revelando-se em suas distintas assinaturas emocionais as habilidades de condução interligado pelo fio da discrepância e da verdade de cada sentido empilhado. Verdades internas, contadas em prosas irreais e explorada em poesias, viajada nas asas da projeção, cosmo visão formando e reformando os encontros no complexo planetário. Re-encanta o objeto desejado no sonhar do artista que em tela pinta as forças inanimadas nas cores dos seres alados encontrados na árvore da vida, camufla, ignora ou simplesmente exagera na busca, indo esgueirasse pelas passagens em quadrinhos dos heróis presentes e distantes. Enche a taça de vinho no sabor felicidade, Hebe – torna-te imperativa, participe da juventude vaporosamente pois o amor jamais morre, sim, digo que foges, transita, finge, orgulho indomável no silencio da solidão platônica. Coração virgem vivendo séculos devaneando, articulando a necessidade de se estruturar os desafios em face das novas perspectivas emergindo os cinco sentidos esteticamente reveladores, transcendendo o querer e o poder no momento da dúbia escolha, estados de ignorância e cegueira na complexidade do que se revela de modo profundo o pensamento humano sobre sua própria condição.

Morgana Rosa
Enviado por Morgana Rosa em 10/03/2008
Código do texto: T894873
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