Esperança & Sonho
Pegando uma carona no espírito genial de Paulo Freire, ousamos em viajar a partir de uma das suas frases: “não entendo a existência humana e a necessária luta para fazê-la melhor, sem esperança e sem sonho”. Penso que a pedagogia libertadora é possível, na medida em que educamos e sensibilizamos o nosso olhar. Um olhar sem medo. Livre. Olhando nossas crianças com algo puro. Sem em hipótese nenhuma querer fazer dela um jogo, um jogo impuro, um jogo sujo, um jogo de gato e rato. Qualquer coisa pensada, na competição insana, com uma criança, que quer aprender, torna-se inconcebível. Aprender livremente. Livre em seus pensamentos. Nas suas idéias de criança. Criança apenas, na concepção da palavra, mas alguém que pensa. Vive bombardeada de informações de todos os lados. O que, em seu tempo e espaço, poderá mudar. Mudar tudo no futuro. Caso não seja tolhido e cortado na sua raiz criadora. Inovadora do medo por ser criança. Sonha. Ri. Não há compromisso em seu sorriso. Não há crime em sua comunicação. No processo natural de aprendizagem. A não ser com sua meninice. Um olhar crítico, para nossa prática, que precisa ser reinventada. Na visão de Freire: “é na inclusão do ser, que se sabe como tal, que se funda a educação como processo permanente”. A escola precisa ser inclusiva, de feição mais humanitária, voltada exclusivamente para a produção e socialização do conhecimento. Aproveitar seus valores que “brotam”, como água na fonte. Cristalina na margem ingênua, de um rio de coisa boa. Não ao contrário tentar impedir seu crescimento suas ações, no que, na faculdade se fala tanto no ensaio e erro. Estamos de forma grosseira sublinhando os erros e não estamos dando chance ao ensaio. Impedir que uma criança se expresse é um crime, algo que deveria ser punido com pena máxima. A liderança terá que nascer. Se impedirmos isto, o que será do futuro de uma nação. Sem líderes, imagino. Apenas compiladores de normas, conceitos e preconceitos. Repetidores do que vê sem senso crítico dependente “ad eternum”, de seus “mestres”. Que mestres? Para que precisamos deles? Discordar é preciso. Educar é preciso. Participar é preciso. Sem medo de errar. Sem querer fazer papel de estátua. Sem querer nos resolver “nas costas de um inocente”. Mudar nossos conceitos. Mudar até de profissão. Nossas frustrações são nossas. Nossa covardia precisa ser reavaliada. Precisamos reinventar o processo de avaliação. O atual está ultrapassado. Obsoleto. Mesquinho. Ridículo. Serve apenas para estatística e obedecer aos critérios subjetivos, da sanha de alguém infeliz, que sonha “em pegadinhas”, para aumentar pontinhos em seu caderninho de obviedades.