Aprendendo com os erros
Aprendendo com os Erros
A preocupação didática pelos erros na aprendizagem de uma língua estrangeira possivelmente sempre existiu. Tanto os professores como os estudiosos do tema elaboram listas dos erros típicos de seus alunos. Esses erros na maioria das vezes são causados pela interferência da língua materna do aprendiz. Essa interferência ou transferência negativa se produz quando as estruturas em questão são diferentes em ambas as línguas ou quando se trata de línguas próximas, no caso o Espanhol como LE.
A aprendizagem de uma segunda língua consiste em criar hábitos próprios dessa nova língua, dado que o aprendiz de uma segunda língua já tem formados os hábitos da língua materna. Os erros dos alunos é uma fonte muito importante para o professor de língua estrangeira, pois refletirão o momento do processo, e mostrarão ao professor se o aluno está ou não próximo dos objetivos pretendidos. Dessa forma, os erros sempre fornecem uma indicação sobre o progresso do aprendiz e, por isso, podem ajudar no processo de avaliação.
Para Raquel La corte dos Santos Rodrigues, em Considerações sobre o erro na aprendizagem do espanhol/LE, os erros seriam evidências de que o aluno estaria usando determinado sistema lingüístico, que é o resultado do uso de uma falsa hipótese sobre a língua alvo. A autora complementa que os erros, deslizes, lapsos cometidos pelos não têm sempre a mesma natureza, nos primeiros estágios uma das estratégias utilizadas pelos alunos é o recurso direto a língua materna, imitação de frases feitas, e os erros acontecem quando as línguas se divergem.
Em La Corrección del Error Fundamentos, Critérios, Técnicas de Josep Maria Ferrán Salvadó, o ator defende a idéia de que existem erros e equívocos.O autor afirma que chamará de erro as incorreções devidas a uma falta de conhecimento sobre o sistema lingüístico da língua alvo. A ignorância da regra provoca o erro.Salvadó destaca que equívocos refere-se às incorreções provocadas por razões não atribuíveis a falta de conhecimentos ou falta de atenção. Ressalta que os equívocos acontecem em maior número na produção oral, já que para a produção escrita é possível fazer a autocorreção.
Tanto Salvadó quanto Rodrigues defendem a idéia de que o erro é uma barreira pela qual o aluno deve passar, fazendo parte do processo de aprendizagem. Assim, o professor não dever entender que os erros dos alunos não são decorrentes de seu fracasso, no entanto é necessário que conheça as limitações psicolingüísticas que a aprendizagem de uma língua em aprendizagem comporta, para desenvolver aulas mais sistemáticas e eficazes. A Análise de Erros passa a demonstrar a construção criativa da língua-alvo por parte dos alunos caracterizando que nesse processo, a LM é apenas uma estratégia para aprendizagem. Nesta perspectiva o erro passa a ser visto como importante criando condições favoráveis para o desenvolvimento da língua-alvo.
Daniel Aparecido Burgos de Araújo
Professor de Língua Portuguesa e Espanhola
Especializando em Literatura Mato-grossense