BIBLIOTECAS PRECISAM EXISTIR PARA O SER HUMANO CRESCER
Em 1943 o bibliotecário Rubéns Borba Alves de Moraes (1899-1986) apresentou uma conferência que abordava sobre o problema das bibliotecas brasileiras, focalizando suas mazelas e sua importância no campo social com toda clareza de um homem que teve sua trajetória profissional voltada para emancipação da biblioteconomia em prol da sociedade.
Passados 65 anos após a publicação dessa conferência, a realidade exposta em seu discurso continua presente nas bibliotecas públicas brasileiras de forma geral: falta de estrutura física, material e pessoal. Por omissões dos nossos governantes, o aparelhamento do Estado não consegue dar continuidade às ações aplicadas às bibliotecas. Temos ainda muitas escolas sem bibliotecas, muitas bibliotecas escolares fechadas, outras bibliotecas públicas funcionando em situações não muito arborizadas e os projetos para essas bibliotecas não acontecem e, quando acontecem, ficam pendentes por "falta de verbas".
Uma vez que os filhos dos nossos governantes não fazem uso das bibliotecas públicas de sua cidade junto com os novos ricos (afinal eles utilizam as bibliotecas virtuais), pra que tanta urgência para melhorar as condições de nossas bibliotecas?
Mas, felizmente, por algumas atitudes de cunho sócio-liberal de pessoas físicas e não governamentais, desenvolve-se uma política sócio-educativa de leitura e biblioteca para comunidade, tendo como requisito de biblioteca um instrumento de trabalho para o crescimento de uma nação. Como exemplos nacionais podemos citar o "pedreiro bibliotecário" que construiu em sua residência uma biblioteca aberta à comunidade. Um outro exemplo bem recente é o da auxiliar de cozinha, mostrado na reportagem do JC no caderno vida Urbana, com o título "livros afastam criança da rua", que criou uma biblioteca comunitária junto com um estudante que tem como maior público estudantes que vão fazer trabalhos escolares, além de outras ações voluntárias de pessoas e entidades que circulam nesse país.
Sabemos que não podemos ser tão otimistas em querer exigir das autoridades o direito à informação, porque muitos problemas de cunho social ainda estão pendentes, como, por exemplo, saúde, moradia, segurança e educação que estão sendo solucionados a curto, médio e a longo prazo. Porém, a Educação jamais deverá deixar de estar associada às bibliotecas, que são espaços para transformação do ser no quesito social, intelectual, econômico e cultural de um País democrático.
Fundamentado nessa prática sócio educativa, gostaria de parabenizar pelo dia 12 de Março, os bibliotecários de formação e os autodidatas, desejando que o espírito criativo, crítico e humanitário sempre esteja presente nas suas ações, disseminando informação em prol de uma sociedade melhor,salvando vidas atraves do conhecimento.