Drogas, informação e comunicação

Eu acredito que a melhor maneira de trabalhar as drogas preventivamente, primeiramente é eliminar o preconceito e o mito existente sobre o tema. Separar a droga do indivíduo, isto é, droga é uma coisa, a pessoa que faz uso é outra coisa.

Para alguém que não seja predisposto a dependência não ocorrerá, à droga será apenas uma fase. O que já não ocorrerá com aquele que for predisposto.

Os fatores que podem levar às drogas são múltiplas e não há como controlar. Os pais não podem anular suas vidas para viver exclusivamente para seus filhos. Querendo sanar todos seus sentimentos. Cabe os filhos aprenderem a lidar com seus sentimentos, limites, fracassos, egos, etc. Cabe os pais serem orientadores, darem carinho e amor e estar atento a realidade em que vive. A educação, a formação como a informação devem ser constante. Uma família que dialoga, que tem uma formação espiritual, que existe vínculos afetivos entre todos, certamente, os problemas são tratados de forma diferente com mais chances de êxito.

É impossível os pais não se alarmarem e ficarem desesperados ao primeiro momento quando estes descobrem que seus filhos estão usando drogas. Só se não amarem seus filhos, ou não saberem nada sobre o assunto. Quanto mais sabemos sobre este assunto, na verdade, mais pânico temos. Conhecemos a realidade das drogas e onde pode leva-la aquilo que mais amamos, os filhos Quem são pais sabem perfeitamente o que digo. A ignorância em determinados momentos é melhor para alguns.

A pessoa quando está na euforia da droga, não escuta ninguém, e o maior engano imaginar que ele ouve alguém, só escutam seus colegas ( amigos ) de drogas. São milhões de depoimentos neste sentido. Todos que não pensam como ele são seus adversários, são caretas. Somente vão cair a ficha quando estiverem dependentes pleno, mais ai mesmo que ouvem, já ficaram doentes.

A família de um dependente químico é seu maior inimigo, mesmo sendo bons e amigos e acolhedores. A família é usada e manipulada por ele. Ela só será seu amigo se cheirar junto, se der dinheiro para comprar drogas, se não incomodar com o som alto, se deixar viver que nem zumbi. Se não lhe oferecer ajuda no sentido positivo da palavra.

Voltando a prevenção, eu vejo que, a melhor maneira de trabalhar nela é oferecer a criança, adolescente condição de viver sua idade; criar condição para que aprenda a lidar com seus sentimentos, suas carências que são muitas nesta faixa etária; ajuda-lo a construção de ideais; tentar diminuir o sentimento de egocentrismo que é grande nesta fase; fomentar o espirito de solidariedade através de ações que o estimule a partilha.

Posso estar enganado, mas penso que qualquer criança, jovem sabe que não é bom fazer uso de drogas, sabem que ela é prejudicial, no entanto ao faze-lo o uso, toda estas verdades caem por terra para muitos pela sensação do prazer e os beneficio causada por ela para muitos.

Vou usar um comentários de um acontecimento real para ilustrar aqui. Quando estava fazendo o tiro de guerra, numa de suas palestras o sargento fez a seguinte colocação -- esta palestra era para nós soldados. Nunca experimente fazer sexo anal. Porque imagina se fizer e gostar!!!, aí meu amigo, a sensação prazerosa para muitos podem a leva-lo a homossexualidade -- esta foi uma colocação dele, que na verdade as coisas não são tão simples como ele falou.

Mas na experiência da droga isto ocorre. A sensação, o beneficio é imediato. Vi vários relatos de pessoas dizendo como iniciaram nas drogas pela curiosidade.

Deve-se proporcionar a criança, o adolescente, o jovem dizer não as drogas, mas de maneira convicta. Ajudar-lhe a encontrar outras formas de adquirir adrenalina; ajuda-lo a enfrentar sua sexualidade; a ser fã de seus ídolos, mas separar seu ídolo das praticas nocivas que muitos deles praticam, isto é, não serem imitadores. Saber separar o joio do trigo que todos nós temos.

Tudo isto somando-se a uma conscientização da família, pois ela é parte fundamental nesta estruturação psíquica dos filhos. A conscientização dos pais, colaboram para que os efeitos emocionais de uma possível dependência tenha uma duração menor não levando a um auto grau de coodependencia.

O que vemos hoje são dois quadros distintos quando a família se vê envolvida com drogas. Um é que pela inércia libera geral, compra droga para o filho, coloca ele numa redoma, tudo em nome da liberdade; briga com Deus e com o mundo. Vive que nem marionete na mão dele. Este é um estado típico de coodepencencia. O outro a família escabela, manda o filho pro manicômio, entra num estado profundo de auto-culpa, age como o mundo tivesse acabado. Outro estado típico de Coodependencia.

Finalizando, tudo acaba resumindo em informação, comunicação. É através destas duas realidade que as pessoas enfrentam as drogas. É através destas duas vertentes que a possibilidade de uma escolha consciente e também de uma ajuda real à aqueles que precisam.

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 21/12/2005
Reeditado em 21/12/2005
Código do texto: T88920