Desvendando os Enigmas Literários sobre Deus e o Diabo em O Evangelho segundo Jesus Cristo, de José Saramago
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Daqui a quatro anos Jesus encontrará Deus. Ao fazer esta inesperada revelação, quiçá prematura à luz das regras do bem narrar antes mencionada, o que se pretende é tão-só bem dispor o leitor deste evangelho a deixar-se entreter com alguns vulgares episódios da vida pastoril, embora estes, adianta-se desde já para que tenha desculpa quem for tentado a passar à frente, nada de substancioso venham trazer ao principal da matéria. (Saramago, 1998, p.228).
Resumo: O Evangelho segundo Jesus Cristo poderia ser apenas mais uma tentativa de contar uma das histórias mais conhecidas de todos os tempos, não fosse José Saramago tão inclinado a acrescentar um “Não”, as versões tradicionais da História e a nos presentear com uma nova visão do mundo. O principal objetivo deste trabalho foi estudar a absoluta inversão de papéis realizada pelo escritor entre os personagens de Deus e o Diabo, neste romance. Baseamo-nos em pesquisa bibliográfica, incluindo leitura, fichamento e análise de textos diversos, entre os quais romances e peças de Saramago, obras literárias e teóricas, artigos de jornal e revista. Em O Evangelho segundo Jesus Cristo, foram alçadas e analisadas as diferentes referências feitas a Deus e ao Diabo, assim como as questões importantes colocadas pelo autor, entre elas, a culpa ou os questionamentos quanto à natureza e à ética divinas. Efetivamente, aproveitando-se de certos traços inequívocos do Deus bíblico, Saramago inventa um Deus cruel e vaidoso, que gosta de sangue e faz de Jesus uma marionete a serviço de seus planos de ambição de poder, de alargamento de influência. Mais que simples personagens, o Deus e o Diabo de Saramago são na verdade, símbolos com os quais o escritor trabalha para chegar a um questionamento filosófico sobre a condição humana. “Não é o homem Jesus que eu questiono. Eu questiono Deus”, diz Saramago. Todas as inversões presentes em O Evangelho segundo Jesus Cristo não são simplesmente acaso e expõem muito sobre as persuasões do escritor, sobre seu humanismo radical.
Palavras-chave: Deus, Diabo, Análise Literária .
Deus e o Diabo no Evangelho Segundo Jesus Cristo, de José Saramago (parte I) O Bem e o Mal não são os dois lados de uma mesma moeda? Não seriam, pois, Deus e o Diabo personagens com forças similares dentro do Cristianismo? No século II, o filósofo grego Celso, crítico do cristianismo, já contestava que os cristãos fossem monoteístas, pois acreditavam no Demônio e achavam que ele podia contrapor-se a Deus.
A crença dos cristãos na capacidade que o Diabo possui, de competir com Deus, faria do Inimigo, também, um deus, tão citado nas igrejas, quanto o seu duplo – o Deus com pretensões de ser único. No entanto, Toledo se opõe a isso, afirmando que a questão não é tão simples, as forças não estão no mesmo nível. Segundo ele, "No Cristianismo, Satanás se opõe a Deus, mas lhe é inferior. Faz seu jogo, mas está previamente condenado à derrota...". A fala de Toledo está em consonância com o que se sucede na obra de Saramago, no episódio do encontro entre Deus, Jesus e o Diabo – em alto mar, naquela manhã de nevoeiro – em que o último tem a sua proposta de reconciliação, rejeitada por Deus.
Trava-se ali uma espécie de combate entre Deus e o Diabo, após um enfoque bastante crítico, com cinco páginas dedicadas ao relato de Deus, sobre os nomes daqueles que morreriam por questões relacionadas à fé e às formas pelas quais seriam executados. A esse respeito, Tenório conclui: "Seu relato é pior do que a lista de Schindler: ninguém escapa. Guerras, matanças, perseguições, fogueiras, cenário sombrio..." E completa o horror, com palavras da própria personagem Deus: "uma história interminável de ferro e de sangue, de fogo e de cinzas, um mar infinito de sofrimento e de lágrimas" (SARAMAGO, p.381).
Diante da carnificina, narrada pelo Pai, Jesus, bastante sensibilizado, questiona: "sendo verdadeiro e único, nem assim podes evitar que os homens morram por ti, eles que deviam ter nascido para viver por ti (...)", sem nenhuma compaixão, o Pai responde-lhe: "os homens sempre morreram pelos deuses, até por falsos e mentirosos deuses (...)" (p. 380).
Ao contrário da falta de sensibilidade mostrada por Deus, pelas mortes que haveriam de acontecer em seu nome, o Diabo – que nenhuma vez, nessa inversão paródico-irônica, fez jus a ser chamado de o representante do mal, pelo contrário – aparece ora como o anjo da anunciação, ora como um pastor – de quem Jesus recebe ensinamentos de ética, teologia, independência, liberdade,..., mostra-se compadecido pelas mortes narradas. Arrisca-se, assim, o Diabo, a interferir nos planos de Deus, com o argumento de que, se ele é a causa da desobediência, da não adoração a Deus, queria, então, ser recebido no céu outra vez, sendo obediente, não ousando querer ser igual a Deus, nem se rebelando contra a sua autoridade. Como prova dessa intenção, ainda diz: "(...) eu cantarei, na última e humilde fila dos anjos que te permaneceram fiéis, mais fiel então do que todos, porque arrependido, eu cantarei os teus louvores (...)" ( p. 392).
Se fosse eliminada a figura do Mal, considerada a raiz de toda a rebeldia, os homens naturalmente se voltariam para Deus, sem necessidade do sacrifício de Cristo na cruz, das mortes nas Cruzadas, ou pela Santa Inquisição que mataria todos que cometessem a heresia de duvidar de Deus e/ou ousassem crer em outros deuses, conforme reza esse novo evangelho: "(...) então se acaba aqui hoje o mal, teu Filho não precisará morrer, o teu reino será não apenas esta terra de hebreus, mas o mundo inteiro (...)" (p. 392).
Mas, na recusa de Deus à proposta do Diabo, o narrador cria argumentos para a sua personagem, de modo a convencer-nos de que, nesse episódio, o Diabo mostrou-se muito mais sensível e bem intencionado que Deus, que, em resposta ao Diabo, disse que não o queria de volta como um anjo de luz. E mais que isso, propôs que, se possível, se transformasse em pior, pois quanto pior ele fosse, mais revelaria a bondade de Deus: "(...) porque este Bem que eu sou não existiria sem esse Mal que tu és, um Bem que tivesse que existir sem ti seria inconcebível (...)" ( p.392).
As palavras de Deus são de pleno acordo com as já ditas a Jesus, pelo Diabo na figura do Pastor: "(...) olha que se encontrássemos o Diabo e ele deixasse que o abríssemos, talvez tivéssemos a surpresa de ver saltar Deus lá de dentro.” (p.242).
Até mesmo os anjos de um e de outro, às vezes, é impossível de serem diferenciados. É como se um fizesse contraponto ao outro. Seríamos nós, assim, feitos à imagem e semelhança dos dois, carregando cada um, o Bem e o Mal, na mesma medida, dentro de si.
Em continuidade da discussão sobre as personagens Deus e o Diabo na obra O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de Saramago, segundo a socióloga Maria das Dores Machado, "um dos papéis do Diabo, hoje, seria o de marketeiro. Utilizado pelas Igrejas sensacionalistas, Ele insere-se na competição religiosa, afinal trata-se de um mercado, e sua figura é explorada para ganhar adeptos".
Observamos que a grande maioria da humanidade só freqüenta uma Igreja com o objetivo de livrar-se do mal, dos castigos eternos. Enfim, do inferno, onde o mal (Diabo) reina para todo o sempre. De acordo com a antropóloga Eliane Gouveia, em muitos programas religiosos exibidos nos meios de comunicação, "... o demônio funciona como um chamariz. A cura é prometida ao telespectador, se ele aderir à Igreja, que irá ensiná-lo a como se livrar dos males do demônio, o que demonstraria que O demônio é o principal instrumento da mídia para atrair fiéis, e quando o Diabo é colocado diariamente nos programas evangélicos, a audiência aumenta”.
Encontramos nos Evangelhos de Marcos e de Mateus, a raiz desse discurso proferido pela Igreja – Explicação da doença como resultado do pecado do homem –. Quando, da passagem da cura do Paralítico de Capernaum, ao invés de Jesus dizer-lhe que estava curado, disse "Filho, perdoados estão os teus pecados". (Mc, 2:1-12; Mt, 9:1-8), resultando na crença de muitos, de que o salário do pecado é a morte. Com base nisso, alguns até deixam de buscar a cura na medicina, acreditando que a fé possa salvá-los dos pecados, e em conseqüência curá-los da doença, como se sabe. Sobre isso, o narrador-evangelista, Saramago, usando o discurso ficcional, comenta: "os pecados são outra coisa, os pecados atormentam por baixo do que se vê, na são perna coxa nem braço tolhido, não são lepra de fora, mas são lepra de dentro" (p.402).
Retomando o episódio da tentativa do Diabo, de voltar a ser um Anjo de Luz, não tendo, então, a sua proposta aceita por Deus, no texto de Saramago, o Diabo perde a batalha, e o narrador inverte parodicamente o texto bíblico do episódio da tentação, numa escrita transgressora que engole e transforma o texto primitivo: articula-se sobre ele, reestrutura-o, mas, ao mesmo tempo, o nega. É o próprio Diabo que afirma, "não se diga que o Diabo não tentou um dia a Deus (...)" (p.393).
A tentação, aqui, é invertida para um sentido positivo, de ter provocado a Deus para que mudasse os seus planos e desistisse de crucificar o próprio Filho, utilizando o bom senso, evitando o derramamento de sangue, sobre o qual conclui: "É preciso ser-se Deus para gostar tanto de sangue" (p. 391).
Nessa obra temos a imagem de um Deus que chega a caracterizar se pelo cinismo, ao revelar suas ambições de poder à custa do sacrifício de seu Filho – afinal, estava insatisfeito em ser o deus de um povo pequeníssimo – queria alargar a influência, ser deus de muito mais gente. Quando Jesus pergunta-lhe qual seria seu papel nesse plano, o Pai lhe responde: "O de mártir, meu filho, o de vítima, que é o que de melhor há para fazer espalhar uma crença e afervorar uma fé". E o narrador ainda comenta, ironicamente, que "as palavras mártir e vítima soaram prazerosamente, saíram da boca de Deus como se a língua que dentro tinha fosse de leite e mel" (p. 370), enquanto Jesus atemorizava-se e pensava em pedir-lhe que afastasse dele "o cálice de coquetel envenenado".
Questionando o Pai, como seria essa morte, a resposta veio em tom de zombaria: "a um mártir convém-lhe uma morte dolorosa, e se possível, infame, para que a atitude dos crentes se torne mais facilmente sensível, apaixonada, emotiva" (p.371).
Ao que Jesus, contrariando, no texto deste Evangelho, a submissão com que nos fora apresentado nos Evangelhos Canônicos, insurge-se contra os caprichos do Pai, de maneira taxativa: "Rompo o contrato, desligo-me de ti, quero viver como um homem qualquer (...)". Pobre Jesus iludiu-se achando que poderia evitar beber do cálice da amargura. Sem dó, nem piedade, o Pai o desilude: "Palavras inúteis, meu filho, ainda não percebestes que estás em meu poder (...). Tudo quanto à lei de Deus queira é obrigatório (...)" (p. 371).
É, portanto, a velha história recontada com uma lógica impecável, a lógica da boa ficção. Confirmando o que diz Perrone-Moisés: "Esse Deus é o supremo representante de todos os tiranos do mundo, e Jesus, o de todas as vítimas inocentes. Até mesmo o Diabo, nessa história, é menos cruel que Deus (...)". Na tentativa de não beber do cálice de fel, o Filho ainda questionou ao Pai: por que não ia ele próprio à conquista dos povos, talvez implicitamente dizendo, por que não se entregava ele mesmo à cruz, ao invés de sacrificá-lo.
O Pai, então, respondeu-lhe que "não é eticamente correto um deus interferir no território do outro, para isso serve-se do homem (...) pau para toda colher, desde que nasce até que morre está sempre disposto a obedecer (...)" (p.372).
Outra significativa, e neste estudo indispensável, recriação de Saramago é o Pastor-Diabo, que parece ser uma personagem coadjuvante de Deus ou, ainda e mais provável, parte de Deus. O Pastor-Diabo não comete as esperadas maldades legadas a Satanás pelo imaginário popular, que é fartamente regado pelos textos bíblicos, isso sim, comporta-se com ética; tem consciência de seu dever e, por isso, é servidor das vontades d’Ele. Podemos observar entre as personagens Deus e Diabo a presença do dualismo, que normalmente tem o Bem representado pelo claro, pela luz, por Deus e o Mal pelo escuro, pelas trevas, pelo Demônio. Em O Evangelho Segundo Jesus Cristo, Saramago nos leva a pensar em uma inversão de valores, já que o Pastor-Diabo propõe seu arrependimento e subserviência a Deus e este recusa-se a aceitar para que não caia no esquecimento.
E, quem sabe, trabalhado o conceito do Uno que seria Deus: se Uno ele for, o Diabo também, obrigatoriamente, Ele teria que ser, Saramago humaniza definitivamente o Senhor – dá a Ele a condição imperialista que habita nos homens e que em muitos manifesta-se, decorrendo dessa necessidade de poder absoluto Deus torna-se mesquinho, soberbo, egocêntrico, etc, mostrando a nós o que carregamos em nós mesmos – e, mais uma vez, afirma-se no pensamento de Nietzsche:
Quando as premissas da vida ascendem, quando tudo que é força, coragem, dominação, orgulho forem eliminados do conceito divino [...] quando se tornar o Deus-dos-pobres-diabos, o Deus-dos-pecadores, o Deus-dos-doentes por excelência, como pode o predicado ‘salvador’, ‘redentor’ permanecer como sendo um atributo divino? O que quer dizer uma tal metamorfose, uma tal redução do divino? [...] transformando-se então numa coisa cada vez mais pálida e menos substancial, tornando-se ‘ideal’, ‘puro espírito’, ‘absolutum’, ‘coisa em si’... Decaída de um Deus: Deus torna-se ‘coisa em si’... (NIETZSCHE, 1992, p. 39).
O filósofo defende, em sua obra O Anticristo, o Deus que é sentimentalmente semelhante à humanidade e, assim, pode ser o que a ela serve, já que para tal foi, por ela, criado. O Deus metamorfoseado em espírito de perfeição soa inatingível ao homem e, então, cerceia seus instintos, o faz medíocre. Saramago retrata o Deus nitzscheano, ainda mais carregado de predicados rotulados como não bem quistos pelos conceitos modernos de homem e de Divino. Deus é sedento de sangue e poder, como exposto num diálogo com Jesus:
O único Deus sou eu, eu sou o Senhor [...] Morrerão milhares. Centenas de Milhares. Morrerão centenas de milhares de homens e mulheres, a terra encher-se-á de gritos de dor, de uivos e roncos de agonia, o fumo dos queimados cobrirá o sol, a gordura deles reclinará sobre as brasas, o cheiro agoniará, e tudo isso será por minha culpa. [...] Pai, afasta de mim este cálice, Que tu o bebas é a condição do meu poder e da tua glória, Não quero essa glória, Mas eu quero esse poder. [...] Então o Diabo disse: É preciso ser-se Deus para gostar tanto de sangue. (SARAMAGO, 2003, p. 391).
Este Deus que pode nos parecer, se humanizado, humanizado com os mais pérfidos sentimentos – ainda por mostrar-se um e ser outro – se nos despirmos das máscaras e conseguirmos analisar, mesmo que de forma superficial, a realidade das emoções que são partes, por vezes desconhecidas, dos seres humanos, assemelhar-se-á, o humano Deus de Saramago, a ditadores, poderosos dominantes e, mais próximo ainda, aos nossos pensamentos escusos e sombrios. Há, em cada homem ou mulher, um tanto desse Deus ou há um tanto de cada mulher ou homem, em Deus.
Conclui-se que ao avaliarmos O Evangelho segundo Jesus Cristo, de José Saramago, ateu declarado, cuja inegável qualidade literária e fértil imaginação nos apresenta um Jesus plenamente humano, porém onde o sobrenatural, com seus milagres, ocupa um espaço inevitável e de beleza comovente. O romance choca com os preconceitos, as crenças religiosas e as idéias políticas de muitos dos seus leitores, que acusam o autor de ter corrompido os textos bíblicos que lhe serviram de base para conveniência daquilo que desejava comunicar.
Saramago, finalmente, apropriou-se desses textos e construiu um novo texto, produto de uma leitura e de uma interpretação que sai fora daquilo que é tido por certo dentro da Igreja Católica. O problema da legitimidade, se Saramago tinha ou não o direito de o fazer, parece ter sido fundamental nas críticas que lhe fizeram. O principal argumento utilizado foi o da inviolabilidade dos Evangelhos e o da intocabilidade das figuras bíblicas, em especial Deus, Jesus, Maria e José. A regra é clara: os Evangelhos têm uma leitura única, a emanada do magistério da Igreja, e todo aquele que se desviar dela incorre no erro da falsidade e da heresia.
Referências
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