ATÉ QUANDO, Ó BRASILEIROS!?
Você diria que a honra da Casa foi restaurada? Ou diria que foi um festival de avacalhações?
Clovis Ros
O que se viu na última eleição para a presidência da Câmara dos Deputados foi uma “ intranscendência”, em outras palavras, um, digamos, tsunami da pouca-vergonhice. Meu Deus, assim não dá!
Do planalto, partiram estratégias pesadas (evitando, é lógico, uma solução institucional) onde as barganhas foram os principais instrumentos de convencimento. Portanto, que se liberem emendas; que se assegurem verbas àqueles ministérios nos quais haja aliados “inseguros”. Triste espetáculo esse, pobre democracia brasileira!
De minha parte, a cada dia, vou me convencendo da presença de um vírus deveras asqueroso, conhecido por “expertice”, contaminando impiedosamente nosso fazer político. Talvez, por realismo empedernido, porém, consciente, tenha sim que concordar com Kant ao dizer: “somos um lenho torto do qual não se podem tirar tábuas retas”.
Se o que testemunhamos quase ao vivo e em cores - ainda que sob o manto da legalidade - não puder ser enquadrado como corrupção, será o quê? A propósito, ante as ondas de “desvios semânticos”, sou até capaz de pensar nuns jogos lingüísticos eufemizadores do ocorrido e sem recorrer ao “ mestre” Delúbio.
Como, pois, trabalhar para limpar a área infectada? Como fazer para que os escombros dessa catástrofe sejam recolhidos satisfatoriamente? Claro que estou perguntando na perspectiva de nós, cidadãos.
A meu juízo, não há saída, precisamos despertar cada vez mais dessa letargia cívica e partirmos para “controles “, sobretudo via multimídia. Temos que estar atentos quanto a transparências dos procedimentos de nossos parlamentares. Contudo, em primeiro lugar, saibamos votar com inteligência e sabedoria.