ELEIÇÕES

A cada período eleitoral podemos sentir a aproximação de conhecidos e amigos até então nunca vistos na vida.

Deparamo-nos a cada momento com candidato com o seu verbo inflamado e põe-se a anunciar o que é necessário e ao que se dispõe a fazer.

Talvez seja a boa vontade de cada um em expressar através de promessas que nunca serão cumpridas.

Eu sonho assim como sonham todas as pessoas normais, porém sonhar mais do que político em épocas de eleições não conseguiremos nunca aquilatar.

A politicagem assegurada e garantida pelo poder dominante é realmente uma vergonha inaceitável. Aqueles que estão na posse do poder usam de mil artimanhas para iludir os mais incautos ou mesmo aquele, que sem consciência, se vende ou se bandeia por qualquer dinheiro ou mesmo por promessas ilusórias.

Somos um todo falível e quando estamos sem condições de reagir a este tipo de coisa, vemos sempre o triunfo daqueles que são os piores, pois usam de ardis e engodos de toda sorte, enquanto os mais honestos jamais se valeriam de tais meios.

O problema, porém, não é só brasileiro, ele existe onde existe o homem com suas formas de governo organizadas e que só visam os seus próprios interesses.

Geralmente, o real interesse humanitário dos políticos desaparece logo após alcançarem o seu intento, através da vontade do povo, que nem sempre está capacitado ou não tem consciência para opinar sem ser vítima dos malogros do poder.

O homem de pensamento livre não se deixa levar ela massa, pela turba, que procura sufocá-lo, ele passa através dela como tênue nuvem de pó.

VE M.– 13/11/72-