O ensino superior no Brasil
É consenso no Brasil que o ensino superior tem problemas. Eu diria como aluno de jornalismo que realmente são muitos os problemas da educação superior, no entanto o que se tem é pouca clareza sobre o que fazer para superá-los, principalmente no aspecto qualidade.
O que vemos na mídia são bombardeios publicitários com mensagens de qualidade de ensino, bons conteúdos e depois de formado o emprego está garantido... BINGO... Um conto de fadas, como nas novelas globais, onde pobre é gente que faz uma graduação boa com perspectivas de uma pós-graduação... ACORDA... E cai na real.
O que ocorre é uma espécie de multiplicação de faculdades privadas que estão preocupadas apenas em ganhar dinheiro com mensalidades mais populares e só. Eles deixam a “qualidade” de lado, porque para eles “qualidade” custa caro. Será que podemos chamar isso de "faculdade", ou o aluno de "universitário"? Acho que não. Isso não casa com minhas faculdades mentais.
Agora, isso leva a uma questão séria, passível de questionamento. Analisemos! E este profissional que está indo para o mercado de trabalho fruto desta política de compra de diploma. É no mínimo um grande trote contra a sociedade. Um médico que não sabe diagnosticar, um engenheiro que não sabe projetar, um advogado que não conhece de leis. A sociedade torna-se vítima dela mesma.
Eu me lembro quando meu tio me perguntava... Ernesto! O que você vai ser quando crescer? Eu respondia: Vou ser um Médico, tio! Eu dizia isso mais pensando no dinheiro que poderia ganhar, do que me perguntava se isso era mesmo minha vocação. É por ai, a sociedade e seus valores hipócritas, da pessoa valer o que tem e não o que realmente é pessoa humana.
Olha gente, são várias as propostas que buscam corrigir as mazelas da educação superior. Elas passam por colocar mais recursos públicos na educação superior, distribuí-los de maneira mais homogênea pelo território nacional, reforçar os mecanismos de controle para a criação de novas escolas superiores e universidades, dar mais incentivo à pesquisa e à pós-graduação, inibir a criação de escolas superiores privadas de intuito meramente comercial, e dar ênfase à formação técnica e especializada.
Isso tudo parece o conto da carochinha, ou conversa de político, pois todas estas propostas parecem utópicas. Além disto, a idéia implícita nestas propostas é que a educação superior brasileira deveria se submeter a políticas públicas mais serias, que integrasse de maneira harmoniosa o ensino, a pesquisa e a extensão, que cobrisse de forma homogênea em todo território nacional, que proporcionasse estabilidade e bons salários a professores e funcionários e fosse de acesso gratuito aos estudantes. Desta forma, a sociedade e o ensino superior poderiam andar de mãos dadas.