A importância do manual de radiojornalismo

É importante para o jornalista ter em mãos manuais que o conduzam à maneira certa de redigir uma matéria. Acredito que esses manuais não foram feitos para “engessar” o jornalista, mas para lhe dar apoio na escrita e na redação de uma notícia no veículo em que está trabalhando. A contribuição do Manual de Radiojornalismo da Jovem Pan é imprescindível para quem está começando a sua carreira no rádio. Assim como outros manuais (TV, jornal impresso) que auxiliam os novos e, até, os veteranos jornalistas.

Para essa resenha resolvi comentar três tópicos, que eu acho de grande importância para iniciar uma atividade jornalística.

A notícia - A rádio Jovem Pan trabalha com as notícias “manchetadas”, ou seja, facilita a absorção das notícias em frases curtas, sintéticas, duas a duas, para serem lidas, cada uma por um apresentador. No início, temos o lide, que é a manchete que apresenta o fato de maior importância. Assim, conquistará a atenção do ouvinte. Logo depois vem o desenvolvimento da notícia, que não pode ser incoerente com o lide. “Cada frase, ou manchete, deve apresentar apenas uma informação. Essa deve ser completa. Seu tamanho, no entanto, não deve ultrapassar uma linha e meia de lauda, ou 100 toques. O locutor não pode perder o fôlego” (p. 70).

A criação de um estilo - No rádio, a simplicidade da linguagem não deve ignorar frases ou palavras que atraem o ouvinte. O manual esclarece que o estilo de um jornalista vem com o tempo e que a preocupação inicial é com a informação correta e a linguagem coerente.

Para isso, o jornalista deve ficar atento ao seu vocabulário: evitar começar ou terminar duas manchetes seguidas com as mesmas palavras. O texto deve ser coeso, coerente e que atenda ao ouvinte (que está ouvindo o rádio, e muitas vezes, fazendo outras atividades). Evitar clichês (que na rádio só funciona como piada), a repetição de nomes numa mesma frase ou parágrafo. E neologismos, que são palavras que não constam na língua oficial.

Repórter e fontes de informação - Por último, escolhi esses tópicos que tratam a maneira correta, ética e séria entre o jornalista e sua fonte.

- Escolha como fonte de informação uma pessoa especializada em cada matéria. Resista à comodidade de ouvir os mais próximos.

- Considere o interesse que a fonte possa ter na veiculação da notícia e confira a informação.

- Não se baseie em uma única fonte. Quanto maior for o número de fontes ouvidas, mais segurança haverá na informação, que será transmitida ao ouvinte de forma completa e de diferentes pontos de vista.

- Nas matérias relacionadas à defesa do consumidor, não represente papel de fiscal, mas de porta-voz. É preciso abordar com cuidado consumidores em geral, industriais ou comerciantes.

- Fique atento para não ser manipulado. Muitas vezes a fonte de informação pode ter como intenção fazer do repórter o "menino de recados" daquilo que ela quer que o ouvinte saiba. Cabe ao repórter distinguir qual informação o ouvinte precisa saber.

- Seja hábil e respeitoso no trato com as fontes de informação. Seus nomes devem ser catalogados em agenda, onde constarão, junto ao nome, cargo, o órgão a que pertencem, assunto, endereço e telefones.

- Não modifique as declarações prestadas e verifique se no momento da edição a matéria passou aquilo que representa o real ponto de vista da fonte. (p. 52-53).

Enfim, todo o manual da Jovem Pan contribui para que o verdadeiro jornalismo (ético, imparcial, verídico) seja levado aos ouvintes. E que a credibilidade do jornalismo seja o principal atrativo para um público cada vez mais seleto e crítico.

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