Prosperidade das bolsas.

A imprensa amordaçada tem noticiado fatos estranhos sobre nossa pátria que contrariam nossos sentimentos acumulados captados pelas nossas observações diárias.

Informam que mais de 95% das crianças estão nas escolas. Pode ser verdade. Mas não mostram a qualidade de ensino, que passa a ser duvidosa a partir do momento em que alunos são reprovados nas escolas municipais (RJ) apenas por quantidade elevada de faltas.

Alardeiam que as ofertas de emprego cresceram. Mas não explicam que os mecanismos de criação de novos postos nascem por uma artimanha dos empresários que se aproveitam da miséria reinante. Despedem 5 funcionários que ganham R$ 1.000,00. Contratam 6 que ganham R$ 800,00 para a mesma função. Ganham um novo empregado e economizam R$ 200,00.

No momento em que adquirimos remédios, alimentos, material escolar, vestuário e produtos de limpeza, mensalmente observamos que a nota fiscal exibe um aumento de 3% (em média). Mas os técnicos do governo anunciam que a inflação gira em torno de 1,5%. Gostaríamos de conhecer a fórmula de cálculo. Os salários ficam congelados e os impostos sobem além desta tabela.

Dentro deste cenário (mesmo de 3%) o lucro anual dos bancos atinge quase 200%. Tal afronta deveria merecer uma CPI nacional, pois este valor traduz que clientes estão sendo explorados sem piedade. As taxas cartoriais conseguem subir além deste pico sem questionamento das “agências” governamentais.

Para culminar, “pesquisas” dos institutos suspeitos revelam “confiança e satisfação” do povo no governo central acima de 50%. É provável que só tenham entrevistado elementos invasores de terra e os que passam o dia dormindo nas redes aguardando o dia de receberem suas “bolsas-vergonha”.

Haroldo P. Barboza – RJ – fev/2008

Professor de Matemática e recreador pedagógico.

Autor do livro: Brinque e cresça feliz.