Parlamento do Pica Pau - O Falatório - No Reino da Hipocrisia

No Reino da Hipocrisia

A propósito da Conferência que se realizou no reino vizinho de Pica Pau, a Conferência Europa / África, onde se fizeram representar imensas individualidades de África e da Europa, o Deputado Quatro Riscos comentou na Sessão do Parlamento de Pica Pau, que é inaceitável olhar a recepção calorosa que os chefes de estado têm recebido e das mordomias que lhes têm sido proporcionadas, sabendo que à luz da lei e da justiça, muitos deles deviam estar presos por crimes contra o seu povo e contra a humanidade.

Complicada a situação com que nos deparamos, perante tanta impunidade dos actos que praticam e que são lesivos dos seus povos. Por outro lado a Europa, nunca soube gerir correctamente a sua responsabilidade perante esses povos, e hoje têm toda a legitimidade para nos confrontarem com as atrocidades que lá cometemos.

Isto a propósito do discurso que um dos representantes de África, que se sentiu visado nas críticas, e disse alto e bom som, que aqueles que os acusam, não têm legitimidade para tal, porque foram opressores, trataram estes povos como escravos e muitos morreram a combater os que agora falam, só para terem direito a serem independentes, e terem o direito de assumir o destino de uma terra que é deles!

Deixo-vos a reflexão e opinião de José Leite, Pereira, no artigo de opinião que foi publicado num jornal do reino:

“ José Manuel Durão Barroso dizia, há dias que, por força do seu cargo de presidente da UE, tem de se relacionar com pessoas com as quais a sua mãe não gostaria de o ver. Durão falava de África, Durão falava de Mugabe, mas podia perfeitamente dizer o mesmo (quereria?) de Bush ou de Putin. A questão é que a política de hoje não é comandada por princípios mas pelo dinheiro, pelos negócios.

Qualquer pessoa filha de famílias com um mínimo de princípios - para seguir a lógica de Durão Barroso - concordará que a cimeira UE-África reuniu em Lisboa alguma da fina-flor da ralé da política internacional, tornando a nossa capital, por estes dias, um dos lugares mais mal frequentados do mundo, como escreveu com graça Manuel António Pina neste mesmo jornal.

No reino da hipocrisia que é a política, os sorrisos e apertos de mão trocados em Lisboa foram francos e sinceros. Tão francos e sinceros como se tivessem sido trocados pelo senhor Brown, o político inglês que, por ficar em casa, não merece o estatuto de mais sério do que os outros, porque não faltam exemplos na política britânica da mesma hipocrisia.

Não se dá ele e todos os outros com a China, por razões sobejamente conhecidas? E as mãezinhas deles, aprovarão? Enfim, na Europa, os políticos europeus gostam de se dar ares de bons princípios. À luz do Ocidente, são capazes de ser melhores. Mas nem por isso têm bons princípios. Olhe-se para o recente inquérito europeu - repito, europeu -, promovido por uma ONG, que concluiu que partidos políticos, parlamentos e tribunais são os organismos mais corruptos. O que fica de fora deste polvo?

Que dirão as nossas mães do mundo que estamos a construir? “

Assinado e carimbado

O Escrivão Real

O Quadrado da Hipotenusa

11/12/2007

Nenúfar
Enviado por Nenúfar em 15/02/2008
Código do texto: T861130
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