Vocação Religiosa X Suicídio
Recentemente estive num encontro religioso, onde a família e amigos de futuras freiras se confraternizavam e se inteiravam da rotina e dos caminhos que seus entes queridos estavam seguindo dentro da organização.
O clima de aparente festa, de alegria e de que tudo estava indo bem contagiava a todos que ali se encontravam. E, apesar de ser um encontro destinado a descontrair e a relaxar, havia uma rotina a ser seguida, com horários rígidos de refeição, diversão, orações etc.
Eu estava ali a convite de um familiar meu que já estava há um ano e meio na “irmandade”, conheci outras pessoas que estavam em processo de aceitação da “missão” divina de servir a Deus, renunciando ao mundo.
Alguns meses após esse encontro, fui informado que uma das pessoas que estavam naquele encontro foi encontrada morta. Tinha cometido suicídio! Uma pena, já que se tratava de uma pessoa jovem e com uma vida inteira pela frente.
Fiquei um bom tempo pensando sobre aquele rapaz e sobre o que teria levado ele a dar cabo de sua própria vida.
Conheci um futuro seminarista, que tinha sido encaminhado à igreja pela sua família. Em conversas com ele, fui descobrindo que ele não tinha a mínima vontade de entrar para o seminário. Fazia isto pela família e pelos amigos, pois não tinha coragem de se assumir como gay (o suicida também era gay).
Este seminarista estava passando por um momento difícil da vida, em plena adolescência, um turbilhão de hormônios causando um furor em seu íntimo, a igreja de um lado, a família de outro, o “orientador vocacional” pressionando, e ele entrando em depressão, se abrindo comigo e dizendo que daria cabo da própria vida em alguns dias.
Este seminarista estava passando por um momento difícil da vida, em plena adolescência, um turbilhão de hormônios causando um furor em seu íntimo, a igreja de um lado, a família de outro, o “orientador vocacional” pressionando, e ele entrando em depressão, se abrindo comigo e dizendo que daria cabo da própria vida em alguns dias.
Eu não sou psicólogo, não sou parapsicólogo, não sou especialista em assunto algum relacionado à alma humana e me vi num beco sem saída. Como ajudar a esse jovem? O que dizer-lhe para desvinculá-lo da idéia de se matar? Fiquei atônito, mas Deus me orientou e estou conseguindo ajudá-lo a meu modo, já que ele se recusa a procurar um profissional, não quer se abrir com a família, nem quer decepcionar seu “orientador”. A muito custo, consegui que ele procurasse um grupo de apoio a homossexuais de sua cidade.
Agora me pergunto e lanço essa pergunta a toda a sociedade. Vale a pena obrigar pessoas a se tornarem religiosas? Por que esse crime continua sendo cometido sob as barbas de todos nós, sem que ninguém tome uma providência? Com a palavra o nosso homofóbico maior, representante da Igreja Católica, Papa Bento XVI, que, com um discurso ultrapassado condena o uso de camisinhas e discrimina os homossexuais.
Será que o gay, assumido ou não, praticante da homossexualidade ou não, não tem o direito à livre expressão sexual, não pode ser, ao mesmo tempo GAY e filho de Deus? Será que não tem o direito de ser padre, freira, o que seja, praticando sexo? A prática de sexo tiraria o mérito e o seu trabalho seria menos útil à Igreja e a Deus?
Chega de tanta hipocrisia, pois é público e notório que a pregação é muito diferente da prática corrente nos corredores desses templos.
Mas, os iniciados, têm que ser “santificados” e expurgados de todo o pecado (?) antes de poderem servir a Deus.
Mas, os iniciados, têm que ser “santificados” e expurgados de todo o pecado (?) antes de poderem servir a Deus.
Necessário se faz repensar o papel da igreja, que está completamente dissociado da realidade do mundo. Reprimindo os sentimentos, condenando os gays e lésbicas a viverem assexuados, levando muita gente à morte.
Será que Deus está satisfeito com isso tudo? Será que a morte prematura de tanta gente vale a pena? Acredito que não. E estou aqui bradando aos quatro ventos: abaixo a ditadura religiosa.
Liberdade para os homossexuais. Viva a vida!
Liberdade para os homossexuais. Viva a vida!